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Acusados por tentativa de golpe de Estado pegam prisão perpétua na Turquia

26/11/2020 13h15

Ancara, 26 nov (EFE).- A justiça da Turquia sentenciou nesta quinta-feira os 11 pilotos que bombardearam a capital do país, Ancara, durante a tentativa de golpe de Estado de 2016, além de alguns civis considerados conspiradores, a 79 penas de prisão perpétua.

No julgamento, iniciado em agosto de 2017, havia um total de 475 acusados, entre eles, 25 generais e quatro membros do alto escalão da irmandade islamista do liderada por Fethullah Gülen, que está exilado nos Estados Unidos, enquanto é apontado pelo governo turco como comandante da tentativa de golpe.

Esse é o maior caso aberto contra os participantes da ação, que engloba militares e civis que estavam presentes na noite em que foi colocado em prática o plano para tomar o poder, na base aérea de Akinci, nos arredores de Ancara, de onde voaram os caças que bombardearam a cidade, o que resultou em 77 mortes.

Entre os acusados, 365 estão em prisão preventiva, 104 em liberdade provisória e seis são considerados foragidos, entre eles, Gülen, que é alvo de recorrentes pedidos de extradição feitos pelo governo da Turquia.

A leitura da sentença ainda pode durar horas e, até o momento, já foram anunciadas 79 cadeias perpétuas como pena pelas mortes provocadas, mais duas por tentar derrubar a ordem constitucional e pela tentativa de assassinato do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan.

Outros militares estão recebendo penas menores, e quatro civis, considerados do alto escalão do grupo religioso liderado por Gülen, também foram condenados a passar o resto da vida na prisão.

O Ministério Público turco entregou um texto de acusação de 6 mil páginas, em que aponta os réus como autores de crimes de assassinato, violação da Constituição, tentativa de assassinato, tentativa de derrubar o governo, liderança de grupo terrorista armado, entre outros.

Gülen, antigo aliado de Ergogan, que já está há 20 anos nos Estados Unidos e nega as acusações, é apontado como criador de um "Estado paralelo", com a infiltração de seguidores em postos-chaves do governo, da justiça, do exército e da polícia.

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