Ministra do Equador enfrenta julgamento político por repressão a protestos
Quito, 25 Nov 2020 (AFP) - O Congresso do Equador iniciou nesta terça-feira um julgamento político contra a ministra do Interior, María Paula Romo, por descumprimento de funções durante os protestos violentos de 2019, que o Executivo considerou uma tentativa de golpe de Estado.
A ministra é denunciada pelo uso de bombas de gás lacrimogêneo fora da validade para dispersar manifestantes e atacar centros de assistência humanitária onde estavam abrigados indígenas que se opunham à alta do preço dos combustíveis decretada pelo governo de Lenín Moreno, que foi derrogada.
Caso seja considerada culpada, a ministra será destituída. Para isso, pelo menos 91 dos 137 membros da Assembleia Nacional devem votar a favor da censura à ministra. Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), os protestos de outubro de 2019 deixaram 14 mortos e mais de 1,3 mil feridos.
Lenín Moreno, que classificou os protestos como uma tentativa de golpe de Estado, apoia a ministra. Em sua defesa, ela defendeu a atuação da polícia durante as manifestações, embora tenha destacado que não esteve à frente das decisões operacionais.
Sobre o uso de bombas fora da validade, María Paula declarou que, por estarem fora de sua vida útil, "perdem eficácia e efeito tóxico". Em relação à acusação de que foram lançadas bombas de gás lacrimogêneo contra duas universidades que funcionavam como centros de acolhimento, a ministra comentou que o mesmo ocorreu "de forma acidental".
Pelo menos 16 membros da Assembleia de diferentes partidos participaram do julgamento contra a ministra para questionar a sua gestão, e outros 10 deverão comparecer ao plenário antes da decisão.
pld/gm/lb
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