Órgão regulador avaliará eficácia de vacina, diz ministro da Saúde britânico
A informação foi confirmada já nesta segunda-feira pelo ministro da Saúde do país, Matt Hancock, apenas poucas horas após a divulgação dos resultados da terceira fase de testes clínicos do agente imunizante, que em parte foi realizada com voluntários no Brasil.
Em declarações dadas à emissora britânica "BBC", o integrante do governo explicou que a agência, que é vinculada ao Ministério que dirige, estudará se o composto é viável e se é efetiva a utilização da forma que apresentou melhores resultados.
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Na última quinta-feira, os pesquisadores de Oxford relataram que a segunda fase dos testes clínicos mostrou que a vacina era segura, com poucos efeitos colaterais, em pessoas saudáveis, mesmo acima dos 70 anos de idade, e provocava uma resposta imunológica em todos os grupos etários, tanto em doses baixas quanto em doses padrão.
Com eficácia média de 70,4%, a ChAdOx1 nCov-2019 apresentou eficácia de 90% em um dos experimentos, quando foram aplicadas aos voluntários uma dose pela metade, seguida de uma completa.
Por outro lado, a eficácia caiu para 62% ao serem oferecidas duas doses completas aos participantes do teste clínico.
Hancock admitiu ter ficado satisfeito com os dados apresentados hoje e explicou que está indicado, na verdade, que "a vacina, na dose certa, pode ser até 90% eficaz".
Em comunicado emitido pela Universidade de Oxford, o pesquisador-chefe do estudo, Andrew Pollard, também se mostrou otimista, inclusive, garantindo que, se a primeira dose for a metade da segunda, mais pessoas poderão ser imunizadas.
O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que hoje anunciará novas medidas de restrição ao contágio do novo coronavírus, se manifestou no Twitter sobre a divulgação dos dados da vacina de Oxford e da AstraZeneca.
"Ainda há verificações de segurança a serem feitas, mas estes são resultados fantásticos", escreveu.
Cerca de 100 mil voluntários participaram no Brasil - outros 100 mil no Reino Unido -, da terceira fase de testes clínicos comandada pela universidade de Oxford.
Nesta última etapa, houve 30 casos de pessoas que contraíram a Covid-19 no grupo que em que foi aplicada a vacina, e 101 entre as pessoas que receberam um placebo.