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França inicia segundo confinamento nacional devido à pandemia de Covid-19

30/10/2020 13h32

Paris, 30 out (EFE).- A França inicia um novo confinamento nacional nesta sexta-feira para tentar impedir a propagação do novo coronavírus, uma decisão drástica que o governo teve de tomar devido ao fracasso de outras medidas, como o toque de recolher regional.

O país é o segundo na Europa, depois da Irlanda, a aplicar um novo confinamento nacional, que neste caso irá durar inicialmente um mês, até 1º de dezembro.

A França já registra 36.020 mortes e 1.282 milhão de casos devido à pandemia de Covid-19, com uma taxa cada vez mais alta de hospitalizações e internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

A região de Paris viveu ontem à noite engarrafamentos recordes, com 730 quilômetros de filas de carros, depois de outros 400 na noite anterior, disseram autoridades de trânsito, enquanto dezenas de milhares de pessoas deixaram a capital e sua periferia para passar confinamento em seus locais de origem ou segundas residências.

"Eu entendo essa atitude. O confinamento é extremamente duro", disse hoje a presidente do conselho regional de Paris, Valerie Pecrésse, à estação de rádio "France Info".

Hoje pela manhã, foram apenas 24 quilômetros de retenção nos acessos à capital, número anormalmente baixo. As ruas de Paris estão muito mais silenciosas do que de costume, com uma queda significativa no tráfego de veículos particulares e, sobretudo, pessoas com carrinhos de compras domésticas são vistas nas calçadas.

Em todo caso, esse confinamento é mais brando do que o vivido pelo país entre março e maio.

Assim, os cidadãos poderão sair uma hora por dia, no máximo a um quilômetro de suas casas, para passear ou praticar esportes, e as creches e escolas dos ensinos fundamental e médio ficam abertas.

Além disso, casamentos e funerais podem ser celebrados, embora com assiduidade muito limitada (máximo 6 e 30 pessoas, respetivamente).

Os estabelecimentos que recebem público e comércio não essencial serão fechados. O governo prometeu rever a situação depois de duas semanas para ver se é viável reabrir alguns desses negócios.

O governo de Emmanuel Macron tenta garantir que esse confinamento tenha o menor impacto possível em uma economia que deve cair 11% este ano.

De acordo com uma pesquisa do jornal "Le Figaro", sete em cada dez franceses aprovam o confinamento, embora apenas uma pequena maioria (52%) apoie o fechamento de empresas não essenciais.

O Ministério do Interior já garantiu que haverá flexibilidade neste fim de semana na implementação de medidas que garantam que as famílias que saíram para as férias escolares de outono, possam regressar às suas casas tendo em vista o reinício das aulas na próxima segunda-feira.

A flexibilidade também será estendida para facilitar as visitas aos cemitérios durante o próximo domingo, 1º de novembro. EFE

rcf/phg

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