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Ataque com faca em Nice mata três, incluindo brasileira; o que se sabe até agora

29/10/2020 06h58

Brasileira residente na França está entre os mortos. Presidente francês, Emmanuel Macron, chamou atentado de 'ataque terrorista islâmico'.

Três pessoas morreram em um atentado com faca contra uma igreja em Nice, no sul da França, no que o presidente francês Emmanuel Macron disse ser um "ataque terrorista islâmico". O atentado aconteceu nesta quinta-feira (29/10) aproximadamente às 9h da manhã em horário local (5h em Brasília).

Entre os mortos, está uma brasileira de 40 anos, segundo informou o Itamaraty à noite: "O Governo brasileiro informa, com grande pesar, que uma das vítimas fatais era uma brasileira de 40 anos, mãe de três filhos, residente na França. O Presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e Governo franceses."

Outra vítima, uma idosa de 70 anos, foi "praticamente decapitada"; e um homem de 55 anos teve a garganta cortada.

Todos aguardavam pela primeira missa do dia.

Um suspeito do sexo masculino foi baleado e está em estado grave.

Macron afirmou que a França não abrirá mão de seus valores fundamentais após visitar a basílica de Notre-Dame, no sul da cidade. Um contingente extra de 4 mil soldados foi destacado para proteger igrejas e escolas no país.

Promotores antiterror abriram uma investigação sobre o ataque e a França elevou seu alerta de segurança nacional ao mais alto nível.

Fontes da polícia nomearam o suspeito como Brahim Aioussaoi, um tunisiano de 21 anos que chegou de barco à ilha italiana de Lampedusa em setembro. Ele foi colocado em quarentena de coronavírus antes de ser libertado e aconselhado a deixar a Itália. Aioussaoui chegou à França no início deste mês.

O prefeito de Nice, Christian Estrosi, falou sobre "islamo-fascismo" e disse que o suspeito "repetiu incessantemente 'Allahu Akbar' (Alá é o maior, em português)".

Dois outros ataques ocorreram nesta quinta-feira (29/10), um na França e um na Arábia Saudita.

Um homem foi morto a tiros em Montfavet, perto da cidade de Avignon, no sul da França, após ameaçar a polícia com uma arma de fogo.

Um guarda foi atacado fora do consulado francês em Jeddah, na Arábia Saudita. Um suspeito foi preso e o guarda encaminhado ao hospital.

Falando depois de visitar Nice, Macron disse: "Se formos atacados mais uma vez é pelos valores que são nossos: a liberdade, pela possibilidade em nosso solo de acreditar livremente e não ceder a nenhum espírito de terror".

"Repito com muita clareza hoje: não vamos abrir mão de nada."

O presidente disse que o número de soldados destacados para proteger locais públicos em todo o país aumentaria de 3 mil para 7 mil.

Estrosi comparou o ataque ao recente assassinato do professor Samuel Paty, que foi decapitado perto de sua escola nos arredores de Paris no início deste mês.

A polícia não sugeriu um motivo para o ataque em Nice. No entanto, isso ocorre depois de dias de protestos em alguns países de maioria muçulmana, desencadeados pela defesa do presidente Macron da publicação de caricaturas que retratavam o profeta Maomé. Houve apelos em alguns países por boicote a produtos franceses.

Qual foi a reação na França?

Um minuto de silêncio foi feito na Assembleia Nacional.

O Conselho Francês da Fé Muçulmana condenou o ataque e expressou sua solidariedade com as vítimas e suas famílias.

A Turquia, que viu os laços com a França azedar nos últimos dias por causa dos comentários de Macron, condenou veementemente o ataque "selvagem".

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que os assassinatos "levaram a morte a um lugar de amor e consolo".

Contexto

O ataque em Nice ocorre quase duas semanas após a morte do professor Samuel Paty em uma escola nos arredores de Paris.

Segundo a polícia francesa, Paty foi decapitado por Abullakh Azorov, de 18 anos, por ter mostrado a seus alunos charges do profeta Maomé, figura sagrada no islamismo, como parte de uma aula sobre liberdade de expressão. Azorov foi morto a tiros pela polícia.

Em julho de 2016, Nice foi palco de outro atentado, em maior escala. Um caminhão atropelou diversas pessoas que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Bastilha, matando 86 pessoas e ferindo outras 500.

O ataque terminou após uma troca de tiros com a polícia, que matou o condutor, identificado como o tunisiano Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos, que morava na França.


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