China é a maior ameaça à liberdade religiosa, diz secretário de Estado dos EUA
Jacarta, 29 Out 2020 (AFP) - A China representa "a ameaça mais grave" à liberdade religiosa, declarou nesta quinta-feira (29) em Jacarta o secretário de Estado americano Mike Pompeo, atacando Pequim novamente durante sua viagem asiática.
Pompeo reitera suas críticas à China desde o início de sua visita na segunda-feira na Índia, que seguiu para o Sri Lanka, Maldivas e Indonésia e que irá para o Vietnã na sexta.
Em Jacarta, Pompeo atacou o tratamento à minoria muçulmana uigur por parte de Pequim.
No dia anterior no Sri Lanka, fortemente endividado com a China, Pompeo denunciou o comportamento "predatório" do Partido Comunista chinês e alertou as Maldivas contra a "atitude ameaçadora e sem fé nem lei" de Pequim.
"A ameaça mais grave para o futuro da liberdade religiosa é a guerra do partido comunista chinês contra pessoas de todas as crenças: muçulmanos, budistas, cristãos e seguidores de Falun Gong", disse hoje Pompeo à influente organização muculmana sunita indonésia Nahdlatul Ulama.
"O partido comunista chinês, ateu, tentou convencer o mundo que a brutalidade que inflige aos muçulmanos uigures em Xinjiang é necessária para o combate ao terrorismo ou para aliviar a pobreza", continuou.
Segundo organizações de direitos humanos, mais de um milhão de uigures foram internados em "acampamentos" na região de Xinjiang (noroeste da China).
A China afirma que são principalmente "centros de treinamento profissional" para ajudar a população a encontrar um emprego e, desse modo, afastá-la do extremismo religioso.
A China é o principal sócio comercial da Indonésia e, neste país, que conta com a maior população muçulmana do mundo, as críticas sobre o destino dos uigures na China foram sufocadas.
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