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Trump em ritmo frenético de campanha; Biden se protege do surto da covid-19 em casa

28/10/2020 14h43

Washington, 28 Out 2020 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos Donald Trump continua com seu ritmo de campanha frenético nesta quarta-feira (28), com dois eventos no Arizona, em contraste com seu rival democrata que, a menos de uma semana das eleições, volta a reiterar suas críticas à gestão da pandemia sem sair de casa.

Depois de uma maratona na terça-feira que levou o presidente ao Michigan, Wisconsin, Nebraska e Nevada, hoje Trump centrará sua campanha no Arizona, um estado de tradição republicana onde seu adversário Joe Biden lidera ligeiramente as pesquisas, com uma margem de menos de três pontos.

Após percorrer o Arizona, o presidente terminará o dia em Doral, na Flórida, para não esquecer os preciosos 29 votos eleitorais deste estado, onde o ex-presidente democrata Barack Obama esteve em campanha na terça-feira.

Em contraste ao ritmo frenético de Trump, de 74 anos, Biden, de 77, saiu hoje de sua residência de Delaware para votar antecipadamente, seis dias antes da eleição.

Antes de votar, Biden disse que espera que ele e outros democratas possam ser eleitos para "mudar as coisas" e "torná-las melhores" para os americanos.

O candidato democrata tem previsto um discurso sobre a situação da saúde, que tomou conta da campanha em um país onde há 226.723 mortos por covid-19 - mais do que em qualquer outra nação do mundo.

Biden aproveitou este surto para criticar, em um comunicado, a visita de Trump a Nevada e Arizona.

"Os casos de covid-19 continuam aumentando no estado, apesar das afirmações do presidente de que estamos 'virando a página' da pandemia", disse Biden.

Depois, o ex-vice-presidente se reuniu com um painel de especialistas para ajustar sua estratégia de combate ao coronavírus. Segundo uma pesquisa do compilado de pesquisas FiveThirtyEight.com, 57,4% dos americanos desaprovam a gestão de Trump contra a covid-19.

Diferentemente do candidato democrata, sua companheira de chapa, Kamala Harris, tem se deslocado bastante e está prevista para se reunir com um grupo de empresárias latinas em Tucson, Arizona.

Neste contexto incomum, mais de 73 milhões de pessoas já votaram antecipadamente.

Isso sugere duas coisas: a primeira é que nessas eleições haverá um recorde de participação, já que esses números correspondem à metade dos votos emitidos nesta etapa em 2016. A segunda é que provavelmente os resultados não serão anunciados na noite da eleição.

A chefe de campanha de Biden, Jen O'Malley Dillon, alertou na semana passada que essa disputa será "mais acirrada" do que os especialistas calculam.

- Economia na mira - Outro eixo da campanha é a capacidade do país de emergir da dura recessão pela pandemia.

Diante de um panorama atual marcado pelos milhões de empregos destruídos, Trump prometeu na quarta-feira que trará uma "prosperidade recorde, um crescimento épico e uma vacina segura".

Na quinta-feira, o Departamento do Comércio publicará os dados do crescimento para o terceiro trimestre, depois de no trimestre anterior a economia ter absorvido o golpe da pandemia, registrando uma contração recorde de 31,7%.

Segundo o FMI, Estados Unidos encerrará o ano com uma contração menor que o esperado, com uma queda do PIB de 4,3%. No entanto, na ausência de um acordo no Congresso para lançar um novo plano de estímulo e diante de um avanço do vírus, o nervosismo reina nos mercados.

Wall Street abriu nesta quarta-feira mais uma vez com perdas e o petróleo também apresentou uma queda acentuada.

- Distúrbios na Filadélfia -Outra questão que marca a campanha é a onda de protestos contra o racismo e a violência policial após a morte de George Floyd, um homem negro, asfixiado por um policial branco em maio em Minneapolis.

Outro incidente na segunda-feira, no qual a polícia matou a tiros um jovem negro de 27 anos que sofria de problemas mentais gerou uma onda de distúrbios na Filadélfia, que viveu na noite de terça-feira um segundo dia de violência.

A Casa Branca disse em um comunicado que os distúrbios na Filadélfia são "a última das consequências da guerra contra a polícia empreendida pelos democratas".

Na terça-feira, Biden comentou o ocorrido afirmando que não se pode aceitar que nos EUA "uma crise psiquiátrica termine em morte".

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