Topo
Notícias

Juan Guaidó denuncia 'desaparecimento forçado' de colaboradores na Venezuela

27/10/2020 22h09

Caracas, 28 Out 2020 (AFP) - O líder da oposição na Venezuela Juan Guaidó denunciou o "desaparecimento forçado" de três colaboradores após a saída do país de seu mentor, Leopoldo López, depois que este último passou 18 meses na residência do embaixador espanhol em Caracas.

"O jornalista Roland Carreño, junto com Yeferson Sarcos e Elías Rodríguez, estão desaparecidos há mais de 12 horas", escreveu no Twitter nesta terça-feira (27) Guaidó, líder parlamentar reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de cinquenta países, liderados pelos Estados Unidos.

A Associação Nacional de Jornalistas (CNP), por sua vez, afirmou que Carreño "encontra-se preso" na sede do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (SEBIN), no edifício Helicoide, em Caracas.

No entanto, nenhuma autoridade confirmou que eles estão presos.

Ativistas da oposição estão "desaparecidos desde segunda-feira" às 17h30 locais (18h30 de Brasília), alertou Alfredo Romero, diretor da ONG de defesa de direitos humanos Foro Penal, que contabilizou 359 "presos políticos" no país até o momento.

A assessoria de imprensa de Guaidó informou que "pessoas próximas informaram que Carreño, junto aos dois colegas, foram abordados" por indivíduos desconhecidos em "veículos pretos sem identificação".

Washington, principal aliado internacional de Guaidó, condenou o "desaparecimento forçado" de Carreño, que é coordenador operacional do Vontade Popular, partido de López, de onde emergiu o líder parlamentar.

Trata-se "da última tentativa de Maduro de deter arbitrariamente cidadãos para silenciá-los e infundir medo", tuitou o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Michael Kozak.

Os "desaparecimentos" acontecem depois que López, ex-prefeito do município de Chacao, em Caracas, deixou a Venezuela após meses na residência do embaixador espanhol em Caracas, onde permaneceu como hóspede.

Condenado a quase 14 anos de prisão em 2015 - acusado de incitar à violência em protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro que deixou 43 mortos e cerca de 3.000 feridos em 2014 - López recebeu autorização para ir para a prisão domiciliar em 2017.

Em 30 de abril de 2019, o opositor foi libertado e participou de um levante militar fracassado contra Maduro no mesmo dia, apoiado por Guaidó.

Após o fracasso da iniciativa, López se refugiou na casa do embaixador espanhol.

Durante uma coletiva de imprensa em Madri, nesta terça-feira, López denunciou que "nas últimas horas pessoas muito próximas" a ele "desapareceram por causa da ditadura".

mbj/erc/lda/bn/mvv

CNP - COMPAGNIE NATIONALE A PORTEFEUILLE

Twitter

Notícias