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Um ano após protestos, chilenos aprovam Constituinte

26/10/2020 07h58

SANTIAGO DO CHILE, 26 OUT (ANSA) - Um ano após a onda de protestos que chacoalhou o Chile, os eleitores do país aprovaram neste domingo (25) a convocação de uma Assembleia Constituinte totalmente nova para reescrever a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet.   

Com quase 100% das urnas apuradas, o "aprovo" aparece com cerca de 78,3% dos votos, contra 21,7% do "rejeito". Além disso, 79% dos eleitores pediram a convocação de uma assembleia totalmente nova, enquanto 21% optaram por um sistema misto, com 50% de constituintes e 50% de parlamentares atuais.   

Cerca de 50% dos eleitores com direito a voto participaram do plebiscito. "Os chilenos expressaram sua vontade, escolhendo uma Assembleia Constituinte que terá pleno equilíbrio entre homens e mulheres para redigir uma nova Constituição para o Chile", disse o presidente conservador Sebastián Piñera, que convocou a consulta popular devido à pressão das ruas no fim do ano passado.   

"Foi um triunfo da cidadania e da democracia, da unidade sobre a divisão, da paz sobre a violência, e esse é um triunfo dos chilenos", acrescentou. Já na divulgação das primeiras parciais, milhares de pessoas saíram às ruas de Santiago e outras cidades do país para celebrar o resultado.   

Os 155 integrantes da Assembleia Constituinte serão eleitos no próximo dia 11 de abril, data das eleições municipais no Chile, com base em critérios de paridade de gênero e que garantam a representação de povos indígenas.   

O órgão deve iniciar seus trabalhos em maio do ano que vem, e a Constituição resultante será submetida a referendo popular no segundo semestre de 2022.   

As manifestações de outubro de 2019 tiveram como estopim um aumento no preço das passagens de metrô em Santiago, mas logo se tornaram um amplo movimento contra a desigualdade social e econômica no Chile.   

Os manifestantes que tomaram as ruas no ano passado esperam que a nova Constituição reforme os sistemas de educação, aposentadoria e saúde, hoje privatizados. (ANSA).   

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