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Trump se lança em maratona de comícios para vencer na Flórida e Biden o ataca

23/10/2020 22h03

Washington, 24 Out 2020 (AFP) - A 11 dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump se lançou em uma maratona de comícios para recuperar terreno frente ao democrata Joe Biden, insistindo em que a Covid-19 está desaparecendo, apesar do avanço da pandemia no país.

Neste ciclo eleitoral incomum, mais de 50 milhões de pessoas já votaram antecipadamente devido à pandemia, o que representa mais do total dos votos antecipados de 2016. Este processo ainda não teve início em estados mais populosos, como Nova York.

Segundo as pesquisas de opinião, Biden leva vantagem em nível nacional e também em alguns estados-chave, como a Flórida, para onde Trump viajou hoje a fim de tentar mudar sua sorte.

Apesar de estar atrás nas pesquisas, Trump segue confiante em sua expectativa de levar os 29 votos eleitorais da Flórida, um estado-chave na corrida à Casa Branca. Esta é a terceira vez em três semanas que o presidente - que perde espaço entre os idosos - viaja até aquele estado do sul, conhecido por ter a maior proporção de aposentados do país, com mais de 20%.

Em evento orientado ao poderoso grupo demográfico dos idosos da Flórida, Trump visitou a macrocomunidade de aposentados de The Villages, onde criticou Biden diante da multidão, afirmando que a única coisa que o adversário faz é falar da Covid-19 para tentar "assustar as pessoas". "Vamos terminar rapidamente com esta pandemia, com esta praga horrível", afirmou, reiterando que o vírus está sob controle, apesar do avanço registrado nos casos da doença, que já deixou mais de 223 mil mortos nos Estados Unidos.

Mais tarde, Trump voltou a recorrer ao discurso de medo e afirmou que Biden permitirá a entrada de hordas de imigrantes irregulares, incluindo "criminosos e estupradores, inclusive assassinos". "Joe Biden se importa mais com os imigrantes irregulares do qeu com os idosos que são cidadãos."

O presidente americano seguirá depois para Pensacola e, amanhã, votará em West Palm Beach, onde fica sua residência legal.

- Falta de liderança -

Biden, por sua vez, permaneceu fiel à estratégia de uma campanha de baixa intensidade e poucos deslocamentos, mas o político, 77, anunciou de sua residência em Wilmington, Delaware, seu plano para "vencer a Covid-19" e recuperar a economia, fortemente atingida pela crise do novo coronavírus. O candidato pretende distribuir gratuitamente a vacina contra a doença, promessa também feita por Trump.

Estes dois temas foram centrais no debate de ontem, o último duelo antes das eleições, que fecha uma campanha diferente em que um dos encontros teve de ser suspenso após o presidente - que havia sido diagnosticado com Covid-19 - recusar-se a realizá-lo de forma virtual.

"Qualquer um que seja responsável por tantas mortes não deve continuar sendo presidente dos Estados Unidos", afirmou Biden a Trump, alertando que o país vive um inverno "sombrio". O presidente acusou o rival de querer "fechar o país". "Não podemos nos trancar em um porão, como fez Joe", disse Trump, em alusão à campanha de seu rival.

- Debate mais fluido - Biden assumiu riscos e anunciou no debate que iniciaria uma transição energética para se afastar progressivamente da indústria do petróleo, uma declaração que animou Trump, que pediu aos eleitores na Pensilvânia, Oklahoma e Ohio para não esquecerem dessa declaração.

As trocas foram muito mais fluidas do que no debate de 29 de setembro, no qual o candidato democrata de 77 anos se referiu ao presidente de 74 anos como "mentiroso", "racista" e "palhaço". Trump respondeu asperamente: "Não há nada de inteligente em você".

Desta vez, os organizadores cortaram o microfone do candidato que não estivesse com a palavra durante a apresentação inicial.

O presidente republicano seguiu o roteiro que havia anunciado e afirmou que Biden devia uma explicação ao público pelas denúncias de corrupção e irregularidades nos negócios de seu filho Hunter, quando era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017).

Biden reagiu e acusou Trump de não ter divulgado nenhuma declaração de impostos e perguntou: "O que você está escondendo?".

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