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SC: Cachalote-anão encalha em praia e é levado a Florianópolis por cuidados

Animal foi resgatado na manhã de hoje em praia de Imbituba (SC) - Santiago Anguita/PMP-BS Udesc
Animal foi resgatado na manhã de hoje em praia de Imbituba (SC) Imagem: Santiago Anguita/PMP-BS Udesc
do UOL

Giorgio Guedin

Colaboração para o UOL, em Blumenau (SC)

19/10/2020 21h41

Um cachalote-anão (Kogia sima) foi encontrado encalhado na manhã de hoje na praia da Ribanceira, em Imbituba, cidade no litoral sul de Santa Catarina. Uma força-tarefa foi realizada para fazer o animal voltar ao mar, sem sucesso.

Por conta disso, ele teve que ser transportado até Florianópolis para o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), referência na área, para recuperação e posteriormente ser devolvido ao habitat natural: o oceano.

O animal, que tem 3 m de comprimento e pesa 370 kg, foi avistado por pescadores e moradores da região ao amanhecer. Eles desencalharam o animal duas vezes, mas ele voltou para a areia. Equipes do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) em Laguna, que são responsáveis por socorrer animais em risco, e do Instituto Australis, que cuidam das baleias-francas, espécie mais comum na região, decidiram então fazer o transporte para a capital catarinense.

Pela tarde, foi realizado o transporte de Imbituba até a Florianópolis, a cerca de 90 km, com escolta pela Polícia Militar Ambiental e Polícia Rodoviária Federal, na BR-101, a rodovia mais movimentada de Santa Catarina.

Ao receber o animal, a médica veterinária e responsável técnica do PMP-BS em Florianópolis, Marzia Antonelli, afirmou que o cetáceo estava debilitado, bastante estressado, mas responsivo aos reflexos vitais. "Ele possui várias marcas de interação interespecífica, como mordidas e hematomas pelo corpo, além de sinais de asfixia/afogamento", detalhou Antonelli.

Cachalote-anão - Santiago Anguita/PMP-BS Udesc - Santiago Anguita/PMP-BS Udesc
Animal foi levado a Florianópolis para ser medicado antes de retornar ao oceano
Imagem: Santiago Anguita/PMP-BS Udesc

O cachalote recebeu medicamento, foi hidratado e vai ficar sob monitoramento em uma em uma piscina específica para cetáceos.

Espécie em extinção

Geralmente confundido com baleias ou golfinhos, o cachalote-anão vive em águas profundas em todos os mares temperados, tropicais e subtropicais, e não costumam chegar próximos à orla. Possuem a cabeça quadrangular, coloração cinza-azulado escuro no dorso, com ventre mais claro.

A espécie se alimenta de lulas, pequenos peixes e crustáceos, e está na lista de animais ameaçados de extinção. Para tentar escapar de predadores, o cachalote-anão solta um líquido escuro a partir do intestino.

Ao encontrar um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, a recomendação é ligar para o 0800 642 3341, das 7h às 17h. O trabalho é realizado pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) que faz o trabalho de remoção e recuperação dos animais. A região de cobertura se estende desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), dividida em 15 trechos.

Apenas no litoral sul de Santa Catarina, nos últimos meses, o PMP-BS resgatou pinguins e lobos-marinhos.

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