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Papa remove bispo polonês acusado de acobertar abusos

Papa Francisco durante audiência geral semanal no Vaticano; Pontífice aceitou renúncia de monsenhor Edward Janiak -
Papa Francisco durante audiência geral semanal no Vaticano; Pontífice aceitou renúncia de monsenhor Edward Janiak

17/10/2020 10h44

CIDADE DO VATICANO, 17 OUT (ANSA) - O papa Francisco aceitou a renúncia do bispo da diocese de Kalisz, na Polônia, monsenhor Edward Janiak, neste sábado (17), informou o Vaticano.

O religioso vem sendo acusado há meses de ignorar denúncias e acobertar padres que cometeram crimes de abusos sexuais de menores no país. O monsenhor também foi alvo de um pedido de investigação formal do primaz polonês ao Vaticano.

O não usual nessa aceitação de renúncia é o fato de que não há a indicação do sucessor para a vaga, classificada como "sede vacante". Apenas para fins burocráticos, o Pontífice nomeou o monsenhor Grzegorz Rys, atual arcebispo de Lodz, como responsável temporário por Kalisz.

Esse é o segundo afastamento "fora da normalidade" de Francisco na Polônia em cerca de três meses. Em 13 de agosto, o líder católico "aposentou" o polêmico arcebispo de Gdansk, Slawoj Leszek Glodz, também acusado de acobertar abusos e de ter polêmicas posturas ultraconservadoras.

As acusações de pedofilia de padres católicos na Polônia vêm sendo noticiadas há alguns anos, mas voltaram a ganhar força no ano passado, com a divulgação de um documentário no YouTube que relatava os abusos sexuais. Em maior deste ano, um outro documentário dos irmãos Tomasz e Marek Sekielski voltou a abordar o tema com novas documentações.

Tanto Janiak como Glodz são citados nas produções por não terem dado andamento às denúncias apresentadas por diversas vezes.

Nesta sexta-feira (17), o advogado de uma das vítimas dos crimes, Piotr Szelag, acusou o histórico secretário do papa João Paulo II, cardeal Stanislaw Dziwisz, de ignorar denúncias feitas por seu cliente. O religioso negou que tivesse conhecimento do caso, mas informou que formou uma comissão independente na Polônia para apurar as denúncias. (ANSA).

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