Mercedes-Benz vê cenário de incerteza, mas diz que mantém investimentos no País
Durante entrevista virtual à imprensa, Karl Deppen, que assumiu neste ano a presidência da Mercedes-Benz do Brasil, reconheceu os ajustes feitos pela companhia para reduzir custos num momento de quebra na geração de caixa. Ele ressaltou, porém, que o grupo não deixou de investir em inovação. "Temos a obrigação de fortalecer os produtos e serviços que oferecemos a nossos consumidores", comentou Deppen.
No mesmo evento, Stefan Buchner, chefe mundial da Mercedes-Benz Trucks, afirmou que estimar o que será o mercado brasileiro até o ano que vem é hoje um exercício de grande incerteza.
Ele avaliou que o país tem um cenário misto, com recorde na safra de grãos - com, consequentemente, efeito positivo na demanda por transporte -, mas alguns outros setores ainda sofrem com os impactos da pandemia. "O Brasil tem suas particularidades e ambiente de negócio próprio. A agricultura, por exemplo, é muito competitiva no Brasil. Temos grandes desafios, assim como no resto do mundo, mas diferentes dos desafios na Europa", comentou Buchner, que está de saída da multinacional alemã porque vai se aposentar.
"Investimos porque estamos convencidos de que este é um mercado importante", acrescentou o executivo. Ele disse ser a favor de a operação no Brasil aumentar seus índices de nacionalização e se transformar numa plataforma exportadora. Informou, contudo, que não faz sentido logístico exportar do Brasil para a Alemanha as cabines que foram desenvolvidas em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, ao mercado europeu.
Hoje, o grupo apresentou dois novos modelos de sua linha de caminhões extrapesados Actros que serão montados na Europa. A cabine de um dos modelos, o Actros F, tem a arquitetura projetada pela engenharia no Brasil com altura mais baixa, de apenas três degraus.
O modelo será lançado em janeiro de 2021 em 24 países da União Europeia, marcando a estreia da marca no segmento de cavalos-mecânicos acima de 18 toneladas na Europa.
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