Por que acessórios não oficiais podem detonar o carro e causar prejuízo
A instalação de sistemas de som potentes e outros acessórios é uma prática bastante adotada para incrementar e trazer mais funcionalidades ao veículo.
No entanto, os carros são projetados para lidar com uma determinada demanda por energia elétrica e os novos equipamentos podem danificar ou encurtar a vida útil de uma série de componentes.
De acordo com Erwin Franieck, mentor de tecnologia e inovação em engenharia avançada da SAE BRASIL, a primeira orientação é escolher acessórios homologados pela montadora - específicos para determinado modelo, eles também não comprometem a garantia de fábrica.
Outra recomendação, caso o serviço não seja feito em concessionária, é recorrer a um profissional qualificado, capaz de fazer a adequação do sistema elétrico para receber os novos itens - caso seja necessário.
Segundo Franieck, ignorar esses cuidados é um dos maiores vilões quando se trata da integridade de um automóvel.
O especialista destaca que equipamentos de som, alarmes e outros dispositivos "genéricos" são capazes de sobrecarregar todo o sistema.
Além disso, alguns desses acessórios continuam ativos mesmo quando o carro está desligado, agravando a situação.
O efeito mais óbvio é a redução da vida útil da bateria, que passa a reter cada vez menos carga e pode "arriar".
Contudo, antes de a bateria pifar de vez, há outras consequências.
"Ao reter menos carga, a bateria fornece menos tensão e sobrecarrega o alternador e a respectiva correia. Também ocorre maior variação de tensão no sistema. Isso eleva a incidência de pane elétrica, acompanhada por danos a uma série de componentes", alerta Franieck.
De acordo com o engenheiro, peças como lâmpadas, ventoinha, motor de arranque e o próprio alternador podem ter a durabilidade seriamente comprometida.
Mais performance, menos confiabilidade
Na busca por maior performance, muitos não se restringem a mexer em itens de conforto, conectividade e entretenimento e investem no ganho de performance.
Isso é realizado de várias formas, como reprogramar a ECU, a central eletrônica do motor, alterando parâmetros como tempo de abertura da borboleta para entrega de mais potência e torque.
Essas modificações podem incluir troca de componentes, como a ECU original, bem como a supressão do catalisador e a instalação de turbo ou compressor mecânico.
Para Franieck, a médio prazo a prática pode acarretar vários danos, sem contar o comprometimento da garantia.
"Fazer o conjunto de motor e transmissão trabalhar acima do limite para o qual foi especificado gera muitos efeitos indesejados. O catalisador, por exemplo pode 'derreter' por conta das altas temperaturas, se já não tiver sido removido, gerando aumento nas emissões", destaca o engenheiro da SAE Brasil.
Por trabalhar em regimes acima dos quais para qual foi projetado, o motor também apresenta maior incidência de carbonização, com o acúmulo de depósitos em dutos e outros componentes internos, explica.
Quem sofre com isso são itens como velas e bicos injetores, que apresentam degradação acelerada e causam funcionamento irregular do propulsor.
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