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Grupo internacional descarta observadores e indica falta de condições para eleições na Venezuela

17/09/2020 21h05

Bruxelas, 18 Set 2020 (AFP) - O Grupo Internacional de Contato (GIC) para a Venezuela considerou nesta quinta-feira(17) que o calendário previsto para as eleições legislativas de 6 de dezembro não permite o envio de observadores ao país e que "não são atendidas" as condições para eleições" transparentes" e "justas".

Em nota divulgada após videoconferência do grupo que inclui países europeus e latino-americanos, os membros "concluíram que não estão reunidas as condições no momento para um processo eleitoral transparente, inclusivo, livre e justo".

O governo de Nicolás Maduro convidou a ONU e a União Europeia a observar as eleições, mas o GIC destacou que "o atual calendário eleitoral não permite o envio de uma missão de observação eleitoral".

Este calendário "não prevê tempo e espaço para que os partidos negociem as condições para eleições credíveis, livres e justas", afirma o comunicado do GIC, cuja reunião foi presidida pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Os Estados Unidos advertiram no início de setembro que se recusariam a "contribuir para legitimar outra fraude eleitoral" na Venezuela. O Brasil instou a comunidade internacional nesta quinta-feira a não apoiar essas eleições.

A Venezuela convocou eleições para 6 de dezembro, destinadas a renovar seu Parlamento, único órgão controlado pela oposição.

O líder da oposição, Juan Guaidó, à frente do boicote de cerca de trinta partidos à votação, considera que a organização das eleições não foi suficientemente transparente.

No entanto, o também opositor Henrique Capriles rompeu essa unidade ao pedir à população que participe em massa das eleições.

Os membros do GIC expressaram sua "profunda preocupação com as violações dos direitos humanos" na Venezuela e manifestaram seu apoio à missão de investigação das Nações Unidas.

A equipe de investigadores, impedida de seu trabalho de campo, denunciou em relatório divulgado na quarta-feira o envolvimento de Maduro e seus ministros em "possíveis crimes contra a humanidade".

O governo de Caracas alegou que o documento está "cheio de falsidades".

O GIC "reiterou sua profunda preocupação com a degradação da situação humanitária no país, agravada pela pandemia de covid-19".

O GIC é formado por países como Espanha, Reino Unido, França, Alemanha e Itália, e vários países da América Latina. A Argentina acaba de entrar, enquanto a Bolívia saiu.

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