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Cinco momentos importantes na vida política de Shinzo Abe

16/09/2020 08h45

Tóquio, 16 Set 2020 (AFP) - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deixou nesta quarta-feira (16) seu cargo, dando lugar, por motivos de saúde, ao seu braço direito Yoshihide Suga, após quase oito anos de governo, um recorde nacional.

Veja uma seleção dos momentos de destaque de sua gestão em nível internacional.

O escândalo YasukuniEm 26 de dezembro de 2013, exatamente um ano após seu retorno ao poder, Shinzo Abe visitou o santuário Yasukuni em Tóquio, um local simbólico odiado pela China e Coreia do Sul por glorificar o militarismo japonês, que afetou os dois países na primeira metade do século XX.

Desde 2006, os sucessivos chefes de Governo japoneses evitaram cuidadosamente Yasukuni. No entanto, Abe, um nacionalista ansioso por revisar a Constituição pacifista do Japão, assegurou que seu gesto tinha como objetivo enviar uma mensagem de paz.

Mas gerou um escândalo diplomático e provocou a ira da China e da Coreia do Sul, e até protestos dos Estados Unidos, aliado mais próximo do Japão.

Ao contrário de parlamentares de seu partido e membros de seu governo, Abe renunciou posteriormente às visitas a Yasukuni, limitando-se a enviar oferendas ocasionalmente.

Hiroshima e Pearl HarborEm uma mensagem de reconciliação, desta vez bem sucedida, Abe recebeu Barack Obama em Hiroshima em 27 de maio de 2016, a primeira visita de um presidente dos Estados Unidos à cidade que foi martirizada pela bomba atômica.

Esta visita histórica, na qual Obama, entre outras coisas, abraçou um sobrevivente de Hiroshima e apelou para a construção de um mundo sem armas atômicas, foi um dos sucessos de que Abe se orgulha.

No final de 2016, sempre com Obama e no mesmo espírito de reconciliação, Abe viajou para Pearl Harbor (Havaí), local do ataque japonês aos Estados Unidos em 7 de dezembro de 1941, que precipitou a entrada dos americanos na Segunda Guerra Mundial.

Super Mario no RioNo dia 21 de agosto de 2016, na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Shinzo Abe, como representante do país sede das próximas Olimpíadas, apareceu fantasiado de Mario, o encanador bigodudo astro da gigante japonesa de videogame Nintendo.

"Queria mostrar ao mundo a influência do Japão com a ajuda de um personagem japonês", explicou ele posteriormente.

"Eu não tinha certeza sobre a reação do público, mas recebi muitos aplausos".

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, com os quais Abe sonhava em completar seu mandato, foram adiados para 2021 devido à pandemia do coronavírus, e a organização dos mesmos se anuncia muito delicada devido à situação de saúde global.

Golfe com TrumpEm 17 de novembro de 2016, nove dias após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, Shinzo Abe correu para encontrá-lo em Nova York, tornando-se o primeiro líder estrangeiro a ser recebido pelo presidente eleito.

A estratégia de camaradagem de Abe com o imprevisível bilionário republicano para garantir a aliança entre o Japão e os Estados Unidos valeu a pena.

Apesar de temas recorrentes de desacordo, como o déficit comercial crônico dos Estados Unidos com o Japão, os dois chefes de Estado rapidamente estabeleceram laços amigáveis, agraciando regularmente seus encontros com partidas de golfe, sua paixão comum.

Banzai para o imperadorEm 22 de outubro de 2019, o novo imperador do Japão, Naruhito, proclamou solenemente sua entronização, durante uma suntuosa cerimônia, marcada por ritos atemporais, no Palácio Imperial de Tóquio.

O primeiro-ministro japonês felicitou o novo imperador naquele dia, em nome de toda a população do país. Após seu discurso, Shinzo Abe gritou três vezes "banzai!" levantando os braços para o céu, uma famosa exclamação japonesa que literalmente significa "10.000 anos" para desejar vida longa ao novo soberano.

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