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XP reduz 75% e corretora Rico zera taxa de corretagem. Como elas lucram?

do UOL

14/09/2020 18h20

A corretora XP anunciou que reduzirá sua taxa de corretagem em 75%, enquanto a Rico, do mesmo grupo, adotou a taxa zero de corretagem para compra e venda de ações e outros investimentos.

Essas não são as únicas corretoras que entraram na "guerra de preços" dessas tarifas.

Eu sou César Esperandio, economista do Econoweek, a tradução da economia. Na coluna de hoje, vou listar quais são as corretoras que adotaram a taxa zero para corretagem e traduzir qual é a estratégia por trás disso.

Fica a pergunta que não quer calar: como essas corretoras lucram?

Para ajudar a responder essa pergunta, bati um papo ao vivo no vídeo acima com o CEO da corretora Rico, Laio Santos.

Corretoras taxa zero

Depois de a corretora Clear, que também pertence ao grupo XP, já ter adotado a estratégia de não cobrar taxa de corretagem de seus clientes, outras corretoras também passaram a aderir a essa tática.

O home broker do Banco Inter foi lançado em 2018 já sem taxa de custódia e corretagem.

Há poucos dias, foi a vez da corretora Toro deixar de cobrar a taxa de corretagem na compra e venda de ações, bem como outros produtos de investimentos. A Toro talvez seja a menor dessas corretoras, mas é igualmente segura.

Agora, a corretora Rico, que cobrava R$ 7,50 por corretagem padrão e R$ 1,90 no mercado fracionário (que não exige a compra a venda mínima de lotes-padrão de 100 ações de uma vez), também entrou nessa onda e anunciou a taxa zero.

Já a XP, que tinha fama de careira, reduziu sua taxa de corretagem de R$ 18,90 para R$ 2,90 nas operações de day trade (aquelas que buscam lucro comprando e vendendo um ativo em um mesmo dia, por exemplo) e R$ 4,90 nas demais operações.

Como as corretoras taxa zero ganham dinheiro?

Apesar de, historicamente, a taxa de corretagem ser uma das principais fontes de receita das corretoras, a baixa taxa de juros está fazendo os investimentos em renda fixa perderem atratividade.

Inicialmente, a isenção de taxas para a renda fixa foi a porta de entrada de novos clientes para as corretoras. Agora, parece ser a zeragem das taxas de investimentos em renda variável, inclusive ações, que atrai novos investidores.

Mesmo assim, a entrada massiva de novos investidores na Bolsa pode compensar, ao menos parcialmente, essa perda de receita.

Até agosto, quando foi divulgado o último dado, havia mais de 2,9 milhões de CPFs cadastrados, um crescimento de mais de 1 milhão apenas em 2020.

A redução do custo das corretoras com o uso de muito mais tecnologia é outro fator que colabora para esse movimento de redução de taxas. Se valendo de ganhos de produtividade e em tentativa de enfrentar a concorrência, várias corretoras estão reduzindo algumas taxas cobradas dos clientes e oferecendo cada vez mais benefícios.

Mesmo assim, o que pouca gente sabe é que as corretoras também têm receita com a taxa de rebate, que não é cobrada diretamente do cliente, mas sim do emissor de um investimento oferecido pela corretora em sua vitrine de produtos.

Por exemplo, ao investir em um fundo de investimentos, parte da taxa de administração cobrada do investidor pelo fundo é devolvida à corretora.

Algumas corretoras, como a Toro e o Banco Inter, estão inclusive praticando o cashback dessa taxa de rebate ao investidor.

Qual corretora escolher?

A taxa zero existe há bastante tempo, mas principalmente para a manutenção da conta e outros serviços. O movimento de cobrança zero da taxa de corretagem é recente.

Vale lembrar que o preço não deve ser o único fator de escolha de uma plataforma de investimentos. Como a abertura e manutenção de contas são processos gratuitos na maioria das corretoras, vale a pena abrir conta em mais de uma para testar a usabilidade da plataforma, bem como o atendimento da equipe, quando for necessário.

Ponto para os investidores, que passam a contar com cada vez melhores serviços e menores custos ao investir.

Qual corretora você usa? Conte nos comentários ou fale com a gente no nosso canal do YouTube, Instagram e LinkedIn. Também é possível ouvir nossos podcasts no Spotify. A gente sempre compartilha muito conhecimento sobre economia, finanças e investimentos. Afinal, o conhecimento é sempre uma saída!

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