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Mourão diz que auxílio de R$ 600 fez arroz subir, mas setor cita exportação

Apesar de produtores dizerem que alta deve continuar, Mourão vê normalização em breve - ADRIANO MACHADO
Apesar de produtores dizerem que alta deve continuar, Mourão vê normalização em breve Imagem: ADRIANO MACHADO
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/09/2020 11h25

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) atribuiu a alta nos preços de alimentos da cesta básica, como o arroz, ao dinheiro que o governo federal injetou na economia com programas sociais, sendo o principal deles o auxílio emergencial.

Mourão disse que a elevação dos preços ao consumidor "é uma questão da lei da oferta e da procura".

"Uma porção de gente está comprando porque o dinheiro que o governo injetou na economia foi muito acima do que as pessoas estavam acostumadas, tanto que está havendo grande compra de alimentos e de material de construção", afirmou o vice-presidente hoje em Brasília.

"As pessoas estão se alimentando melhor e melhorando suas casas, essas são duas áreas nas quais está havendo bastante gasto", acrescentou.

Aumento nas exportações

Mourão também lembrou as exportações de arroz, que se intensificaram nos últimos meses por causa do aumento do dólar, que torna a venda para outros países mais atrativa do que o mercado interno para alguns produtores.

"Também estamos vendendo bastante para o mercado externo. A área plantada de arroz nos últimos anos diminuiu porque os arrozeiros tiveram muito prejuízo, aí o cara muda de ramo. Agora eles estão replantando", disse.

De fato, entidades ligadas ao setor produtor de arroz e especialistas dizem que, embora tenha havido aumento na demanda interna pelo alimento durante a pandemia, a alta nos preços está ligada sobretudo à valorização do dólar, que tornou mais lucrativo exportar os produtos e ganhar em dólar a vendê-los no mercado interno. Somente em 2020, o dólar acumula alta de quase 34%.

Apesar de os produtores dizerem que o preço deve continuar em alta, Mourão disse acreditar em uma normalização dos preços em breve. "É um momento sazonal, daqui a pouco volta tudo ao normal", afirmou.

"Alta transitória"

Assim como Mourão, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, também disse confia que a alta dos alimentos será passageira.

Ele também atribui o aumento dos preços ao auxílio emergencial, diferentemente do que diz o setor produtor.

"A recente alta dos preços de alguns alimentos é uma alta transitória e localizada. Ela decorre sobretudo das transferências de recursos para parcelas mais pobres da população, no esforço que o governo fez para combater os efeitos da crise do coronavírus", afirmou Sachsida, em entrevista à GloboNews.

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