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Cobra de 8 metros e 80 quilos era criada em casa de Águas Lindas de Goiás

do UOL

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto

13/08/2020 21h38Atualizada em 14/08/2020 12h54

Uma cobra píton birmanesa (Python Bivittatus) com aproximadamente 8 metros de comprimento e 80 quilos foi apreendida hoje em uma casa em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.

A Polícia Civil chegou até o local depois de denúncia anônima. Com um mandado de busca e apreensão eles foram até a casa do vigilante C.L., que é suspeito de criar e vender animais exóticos no Distrito Federal e em Goiás.

Na residência, além da píton birmanesa, foram encontradas outras cinco cobras de espécies menores. A apreensão é um desdobramento das investigações do Caso Naja, que apura o tráfico de animais silvestres.

"O homem não estava na casa no momento, quem atendeu os policiais foi a esposa dele. Mas durante a tarde, ele esteve na delegacia acompanhado de um advogado. Ele foi ouvido e liberado", explica o delegado Ricardo Bispo Farias.

Segundo o delegado o caso segue em investigação e só após a conclusão dos trabalhos saberá se o homem será indiciado por algum crime.

Ainda segundo a Polícia Civil, a cobra estava em um terrário, mas costumava circular livremente pela residência. O réptil era criado pelo caseiro havia cerca de 11 anos e era alimentado com coelhos. "Ele a criava como se fosse um animal doméstico", acrescenta o delegado.

A polícia precisou chamar reforço para transportar a cobra. Todos os animais foram levados para a delegacia e posteriormente entregues para o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Distrito Federal.

Cobra não era venenosa

A píton birmanesa asiática não é uma cobra venenosa. Ela costuma matar suas presas por asfixia, alimentando-se de animais como roedores, répteis, aves e cervos. Há poucos relatos de ataque aos seres humanos, normalmente isso só acontece quando ela fica vários dias sem se alimentar ou quando se sente ameaçada.

O diretor de répteis do zoológico de Brasília, Carlos Eduardo Nóbrega, explicou que a píton birmanesa é uma espécie comum no Sudeste e Sudoeste asiático.

Polícia conclui inquérito do Caso Naja

A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da 14ª DP, apresentou a conclusão das investigações, iniciadas no mês passado, relacionada ao caso da cobra da espécie Naja kaouthia.

De acordo com os delegados Ricardo Bispo Farias, chefe-adjunto da 14ª DP, e William Andrade Ricardo, doze pessoas foram indiciadas, sendo a maioria pelas condutas de tráfico de animais silvestre, maus-tratos e associação criminosa.

"Conforme apurado, o jovem que fora picado pela Naja, fato que deflagrou as diligências da Operação Snake, comprava serpentes de outros estados, criava em cativeiro, montado na própria residência, e vendia os filhotes por R$ 500 a interessados. A mãe do estudante e o padrasto também se envolveram na prática dos crimes e foram indiciados. Assim como amigos que participaram da guarda e cuidados dos animais e também criaram uma rede para retirar as cobras do apartamento do rapaz e escondê-las em outros locais, quando as investigações do caso foram iniciadas pela PCDF", disse a Polícia Civil, em nota.

De acordo com a polícia, houve também o indiciamento do ex-comandante do Batalhão de Polícia Ambiental da PMDF por fraude processual, prevaricação e coação no curso do processo. "Já a conduta da servidora do Ibama será apurada em investigação apartada pela Polícia Federal. Ela tornava legal, por meio de concessão de licenças, o animal que estava ilegal."

O inquérito policial será concluído até o final desta semana e encaminhado ao Judiciário para as devidas providências, ainda segundo a Polícia Civil.

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