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Bailarino é alvo de racismo por black power e recebe apoio de famosos

O bailarino Allan Bastos sofreu ataques racistas por causa de seu cabelo black power - Reprodução/Twitter
O bailarino Allan Bastos sofreu ataques racistas por causa de seu cabelo black power Imagem: Reprodução/Twitter
do UOL

Do UOL, em São Paulo

07/08/2020 11h32

O bailarino Allan Bastos, que participa da comissão de frente da Mangueira no Carnaval, foi alvo de racismo por causa de seu cabelo black power. Os ataques nas redes sociais cresceram, mas também foram contra-atacados, com famosos como Taís Araújo defendendo o jovem.

Allan viralizou nas redes sociais quando postou uma montagem sua com o meme que ficou famoso: "o início de um sonho / deu tudo certo". Na primeira imagem, aparece começando a deixar o cabelo crescer; na segunda, o black power está bem maior.

Segundo Allan afirmou ao Extra, os ataques começaram no sábado (1º), quando foi personagem de uma matéria sobre a repercussão positiva de seu post.

"Achei que iria parar por ali, mas foi aumentando, a proporção estava crescendo muito. Foi de um dia para o outro. Surgiram muitos fakes divulgando imagens racistas", disse ele.

Além de Taís Araújo, ele recebeu apoio de Cacau Protásio e da coreógrafa da Mangueira Priscilla Mota.

" Elas deram voz nisso. A Cacau me ligou por chamada de vídeo e me deu vários conselhos. Eu queria que parassem de fazer 'memes' com minhas fotos", afirmou ele. "Vários artistas começaram a ver. Muita gente que eu não esperava começou a postar."

Allan registrou um boletim de ocorrência e aguarda resposta para prestar queixa.

"Teve um ponto negativo muito grande, mas um ponto positivo muito melhor veio depois. Estou muito feliz agora. É como se minha voz tivesse ecoado. Isso atingiu pessoas que me inspiram", contou.

O bailarino foi entrevistado no "Encontro com Fátima Bernardes" na TV Globo, hoje, e explicou que nunca deu espaço para que lhe digam para não postar suas fotos ou que deem sugestões quanto ao seu cabelo.

"O racismo está impregnado na nossa sociedade. Não foi só naquele dia, não foi só ontem ou só hoje. É por isso que a gente decide falar. Eu não deixo espaço. Eu falei: 'Vou falar, vou gritar, porque quando as pessoas escutarem, talvez pare'. Minha mãe viu, ficou arrasada. E até hoje escuto isso, que postei só pra aparecer, pra ganhar com isso, ou pra me vitimizar", disse ele.

fatima - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
O bailarino Allan Bastos sofreu ataques racistas por conta de seu cabelo black power e deu entrevista a Fátima Bernardes
Imagem: Reprodução/Twitter

Fátima encerrou a entrevista com um recado a parte de seu público: "Queria aproveitar e falar pras pessoas como eu, brancas: para de dar sugestão no cabelo dos outros".

"Para de falar o que a pessoa tem que usar ou não tem que usar. Isso é uma questão de foro íntimo, cada um que sabe como quer usar. Não compete a nós dizer isso. Nós temos de olhar para as outras pessoas como elas são, e como a gente gosta de ser olhado, como a gente é. A gente tem que ser respeitado pelo que é", afirmou a apresentadora.

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