MP recomenda que Prefeitura não distribua ozônio em tratamento de covid
O Ministério Público de Santa Catarina divulgou um ofício, na tarde de hoje, recomendando que a Prefeitura de Itajaí não disponibilize ozônio para a população no tratamento de covid-19, conforme anunciado pelo prefeito Volnei Morastoni (MDB) ontem. O MP-SC deu um prazo de 24 horas para a Administração comprovar que não aplicará a ozonioterapia.
A recomendação, assinada pelo promotor Maury Roberto Viviani, cita que o Conselho Federal de Medicina considera a ozonioterapia um "procedimento experimental" após concluir que há "evidência de dano aos pacientes submetidos à ozonioterapia, podendo inclusive colocar em risco a saúde desses indivíduos".
"O efeito da ozonioterapia em humanos infectados por coronavírus (Sars-Cov 2) é desconhecido e não deve ser recomendado como prática clínica ou fora do contexto de estudos clínicos", escreveu Viviani.
Em live no Facebook, o prefeito Morastoni declarou ter inscrito a cidade na Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), ligada ao Ministério da Saúde, para integrar um protocolo de pesquisa sobre o uso do ozônio. As aplicações, via retal, seriam em dez doses e voltadas apenas para casos de diagnóstico comprovado da covid-19.
Morastoni também mencionou que o tratamento complementaria outras opções oferecidas pela prefeitura "Além da ivermectina, da azitromicina, além da cânfora [medicamento para tratamento homeopático], nós vamos fornecer o ozônio". O Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial de Saúde) já divulgaram, mais de uma vez, que ainda não há cura para a covid-19 ou mesmo tratamento de eficácia científica comprovada.
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