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Com impacto do coronavírus, Europa teve 160 mil mortes a mais entre março e maio

Homem ajuda a carregar caixão durante funeral na Itália - Piero Cruciatti / AFP
Homem ajuda a carregar caixão durante funeral na Itália Imagem: Piero Cruciatti / AFP

03/08/2020 09h56

Um relatório com dados preliminares do Escritório de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) mostra que o continente europeu registrou 160 mil mortes a mais entre março e maio na comparação com a média para o período entre os anos de 2016-2019. O estudo levou em conta dados de 24 países, que disponibilizam esse tipo de informação.

Os números divulgados representam o chamado "excesso de mortes", que é a comparação com períodos considerados "normais", ou seja, que não incluem grandes tragédias ou guerras, e já mostram o impacto do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na sociedade europeia.

A alta desses óbitos começou no início de março, sendo que o pico foi atingido na semana 14 (entre 30 de março e 5 de abril) e entre os países que registraram os maiores aumentos estão Espanha, Itália, Bélgica, Países Baixos, Suécia e França, conforme o estudo. O documento ainda ressalta que o crescimento dos óbitos é mais visível porque "nas primeiras semanas do ano, os valores eram menores do que os observados nos últimos anos".

"Países e regiões foram atingidos de maneira diferente, incluindo as faixas etárias, mas aqueles com 70 anos ou mais foram particularmente afetados pelas mortes causadas pela Covid-19", diz o texto.

O relatório faz a análise das diferenças entre os países e destaca que, "já no início de março, a Itália teve significativamente mais mortes do que nos anos anteriores", sendo o primeiro país europeu a atingir o pico na semana 13.

Enquanto Espanha e França atingiram seus picos na semana seguinte à Itália, Bélgica, Países Baixos, Suécia e Portugal "chegaram ao ápice do excesso de mortes na semana 15 (entre 6 e 12 de abril)". O documento aponta que no caso da Bélgica, o ponto mais alto "representou mais do que o dobro das mortes entre 2016-2019".

Os únicos dos 24 países que apresentaram menos mortes no período do que a média foram Bulgária e Eslováquia.

O texto preliminar ainda mostra diferenças não apenas entre países, mas também entre as regiões de uma mesma nação entre março e maio de 2020. Por exemplo, as diferenças para cima foram mais registradas no norte da Itália, na região central da Espanha (onde fica Madri) e no leste e na região de Paris na França. Todas são as que registraram as maiores quantidade de casos do novo coronavírus.

Já na quantidade de óbitos, Espanha e Itália foram as mais afetadas, tendo 21 das 25 regiões mais atingidas nos países europeus analisados. Bergamo, Cremona, Segóvia, Lodi e Brescia tiveram registros de mortes três vezes maiores do que a média dos últimos quatro anos, liderando a lista.

Além das italianas e espanholas, as quatro regiões que apareceram no ranking de maior quantidade de falecimentos foram Alto-Reno (Alemanha), Seine-Saint-Denis e Altos do Sena (França) e Noordoost-Noord-Brabant (Países Baixos).

Fizeram parte do estudo: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estônia, Liechtenstein, Finlândia, França, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Tcheca, Suécia e Suíça.

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