Candidato à presidência da Câmara distribui anéis banhados a ouro a colegas
Candidato à presidência da Câmara, o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) passou a distribuir anéis banhados a ouro e prata entre os colegas.
O parlamentar disse ao UOL que não usa verba de gabinete para comprar as peças, que o dinheiro sai de seu próprio bolso e que não vê relação entre os presentes e a disputa pelo comando da Casa. Ele não quis revelar o quanto já gastou nem quem já foi presenteado.
"Quem me dera garantir um voto em troca de um anel. O anel é um agrado para quem está apoiando a criação da frente parlamentar dos Cacs [caçador, atirador, colecionador]", disse Augusto em referência ao grupo que é alinhado à bancada da bala.
Para criar uma frente parlamentar é necessário ter apoio de pelo menos um terço dos 513 deputados, ou seja, 171 assinaturas.
"Vou buscar a presidência e isso é um trabalho tremendo. Vou percorrer os estados, as bancadas e falar individualmente até com a oposição. Então o brinde é um agrado mesmo, nada a ver com a eleição. Se fosse, entregaria em dezembro ou janeiro, já que agora vários colegas deixam Brasília para saírem como prefeito", disse.
Depois que notícia foi divulgada hoje (23) pela revista Veja, o deputado acabou ganhando o apelido de "Senhor dos Anéis".
Augusto usa frequentemente um anel banhado a ouro em referência à Câmara dos Deputados e diz que é elogiado pelos colegas.
Ele contou que na legislatura passada deu alguns de presente a amigos parlamentares. Nos últimos dias passou a pedir a numeração do dedo de 25 deputados que assinaram a lista de criação da frente dos CACs.
"Quem quiser me avisa que eu mando fazer e entrego. Vou fazer banhado a prata para os apoiadores. Mas como é presente não digo o valor, é mínimo. Isso não compra voto de ninguém. É agrado mesmo, e pago do meu bolso", destacou.
O deputado já presenteou o presidente com uma caneta feita numa cápsula de munição de fuzil e os filhos do presidente com prendedores de gravata em formato de metralhadora, o qual ele também usa.
Sucessão de Maia
Além de Augusto, se movimentam pelos bastidores o novo aliado de Bolsonaro e líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL). O correligionário que comanda a reforma tributária Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) também tenta viabilizar seu nome para sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Para se viabilizar, Augusto corre por fora do Congresso. Ele tenta recriar a pasta da Segurança Pública. Próximo ao ministro André Mendonça (Justiça e Segurança Pública), tenta dividir o ministério para ganhar espaço no governo Jair Bolsonaro.
No mês passado fez reunião com Bolsonaro e apresentou um rascunho do projeto. O Planalto o chamou para uma segunda rodada de negociações, que deve acontecer nas próximas semanas, quando Bolsonaro e outros ministros se recuperarem da infecção de coronavírus.
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