Conselho de Segurança da ONU se une para pedir trégua durante a pandemia
As divergências entre Estados Unidos e China, cuja relação piorou devido à pandemia de Covid-19, impossibilitavam até então a aprovação do texto, que finalmente avançou graças e uma nova versão do compromisso.
A resolução, aprovada por unanimidade, pede um pede o "fim geral e imediato das hostilidades" em todos os conflitos que estão na agenda do Conselho de Segurança e pede para que as partes promovam uma trégua humanitária de pelo menos 90 dias.
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O texto deixa claro que a trégua não se aplica às operações militares contra grupos considerados terroristas pelo Conselho de Segurança, como Estado Islâmico, Al Qaeda e Frente al Nusra, antigo braço da Al Qaeda na Síria.
Os países também pediram solidariedade em meio à pandemia e vontade para apoiar as nações mais necessitadas durante a atual crise.
A ideia de um cessar-fogo global durante a pandemia foi dada por Guterres no dia 23 de março e recebeu o apoio da maioria dos Estados-membros da ONU.
O chefe da organização ressaltou várias vezes a importância de a iniciativa ser apoiada pelo Conselho de Segurança, órgão encarregado da paz e da segurança e o que teria a maior capacidade de implementá-la. No entanto, o choque entre EUA e China deixou o assunto bloqueado por mais de três meses.
Entre outras questões, as delegações americana e chinesa entraram em conflito por causa da menção ao papel da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual os EUA se opuseram após acusarem a agência de fracassar na gestão do coronavírus, enquanto a China queria mantê-la a todo custo. Washington, que acusa Pequim de encobrir os primórdios da pandemia, também exigiu "transparência" na resolução.
No fim, o texto não apresenta nenhuma das duas referências, mas aponta para um documento semelhante aprovado pela Assembleia Geral da ONU que pede cooperação com a OMS.