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Por que Ka tem futuro incerto mesmo carregando 70% das vendas da Ford

Ford Ka e Ka Sedan receberam mudanças pontuais de design e opção de câmbio automático há 2 anos, mas projeto de 2014 é basicamente o mesmo até hoje - Divulgação
Ford Ka e Ka Sedan receberam mudanças pontuais de design e opção de câmbio automático há 2 anos, mas projeto de 2014 é basicamente o mesmo até hoje
Imagem: Divulgação
do UOL

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo (SP)

30/06/2020 04h00

Lançada em 2014, a terceira e atual geração do Ford Ka se mantém entre os carros mais vendidos do Brasil.

O compacto também sustenta a maior parte do volume comercializado pela montadora no País: somando as versões hatch e sedã, a linha Ka hoje é responsável por 70,8% de todos os emplacamentos da marca entre janeiro e maio.

O percentual elevado chama a atenção, porém é semelhante ao mix de Chevrolet Onix e Onix Plus sobre o total de vendas da General Motors no mesmo período.

A principal diferença é que a dupla da GM foi totalmente atualizada há menos de um ano, ganhando motor turbo flex, internet 4G dedicada e nova plataforma.

Por outro lado, a mais recente atualização do Ka aconteceu há dois anos, quando o modelo recebeu leve reestilização, nova central multimídia, reforços estruturais e opção de câmbio automático. A plataforma, derivada do Fiesta, foi mantida.

As novidades fizeram bem ao compacto, que hoje é o quarto automóvel mais vendido no acumulado do ano. Porém, seu futuro é incerto, considerando a estratégia da Ford.

Há cerca de dois anos, a matriz da Ford nos Estados Unidos anunciou que iria tirar de linha, nos mercados da América do Norte, carros de passeio como Fiesta, Focus e Fusion. O objetivo é se concentrar nos segmentos que têm maior valor agregado e dão lucro: picapes, SUVs, elétricos e esportivos.

Portfólio da Ford hoje tem só 6 modelos

No Brasil, a montadora tem seguido caminho semelhante. Fiesta e Focus deixaram de ser oferecidos no ano passado, quando a empresa também descontinuou sua linha de caminhões, ao fechar a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) - que deve ser adquirida por uma construtora. A mais recente baixa é do Fusion, que vinha do México e se despediu no início de maio.

Com isso, o portfólio da companhia no Brasil foi enxugado para apenas seis modelos: Ka e Ka Sedan, as opções de maior volume e mais acessíveis; EcoSport, que vai receber nova geração nos próximos anos; Ranger, que perdeu as versões flex e também se encaminha para uma renovação completa; Edge ST; e o esportivo Mustang.

A prioridade agora é aumentar a gama com novos utilitários esportivos, cuja chegada foi impactada pela pandemia do coronavírus: o Territory, que virá da China ainda neste ano, é um exemplo. Bronco Sport e Escape, em configuração híbrida, são esperados para o ano que vem, juntamente com o novo EcoSport.

E como ficam Ka e Ka Sedan? De acordo com reportagem da revista "Quatro Rodas", a dupla não deve receber nova geração e sim incorporar alterações de design, além de melhorias na estrutura e no conteúdo - seguindo estratégia adotada pela Hyundai com a família HB20.

A renovação dos compactos, diz o texto, deve acontecer apenas em 2023, mas antes disso pode haver novidades pontuais.

Produzidos em Camaçari (BA) juntamente com o EcoSport, os compactos hoje têm preços sugeridos de R$ 48.380 até R$ 76.140.

Hatch e sedã hoje podem ser equipados com motores modernos, ainda que sem turbo: 1.0 flex de três cilindros, capaz de render 85 cv e 10,7 kgfm; e 1.5 bicombustível, também tricilíndrico, que entrega 136 cv e 16,1 kgfm.

A motorização de um litro é sempre acompanhada de câmbio manual de cinco marchas, enquanto a opção mais forte pode trazer transmissão manual de cinco velocidades ou automática de seis.

As versões mais completas oferecem partida do motor por botão, sensor de chave e central multimídia com tela tátil de sete polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay.

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