Renegociações de contratos afetam 1 milhão de trabalhadores na Espanha
O mecanismo - pelo qual empresas em situação excepcional de crise no país podem, com maior flexibilização, suspender contratos de trabalho, reduzir jornadas ou demitir - foi utilizado de tal forma que já afeta mais de 1 milhão de trabalhadores, segundo dados oficiais das comunidades autônomas (divisões administrativas) espanholas.
Entre essas empresas estão grandes montadoras, como a Renault, que paralisou a produção em suas quatro fábricas na Espanha, nas quais tem mais de 9 mil funcionários. Por sua vez, a Seat acionou um Erte para 14.812 trabalhadores, e a Nissan, para cerca de 3.550.
Relacionadas
A Ford anunciou o fechamento da fábrica de Almussafes, na província de Valência, e o grupo PSA formalizou outra Erte para as fábricas em Vigo, Madri e Zaragoza.
Quanto às companhias aéreas, as espanholas Air Europa (com cerca de 3,6 mil trabalhadores no país) e a Iberia (13,9 mil) também optaram por esta modalidade, assim como a irlandesa Ryanair e a norueguesa Norwegian.
Na área de alimentação, uma das companhias mais afetadas foi o Burger King, que aplicou um Erte para todos os funcionários na Espanha (cerca de 14 mil).
Grandes empresas hoteleiras como Meliá e Barceló também começaram a solicitar Erte para seus mais de 20 mil trabalhadores no país.
No setor têxtil, o grupo Inditex calcula que 25 mil funcionários podem ser afetados pela medida. Já a rede de lojas Decathlon deve aplicá-lo a 8.886.
Entre várias outras companhias de diversos setores que devem aplicar um Erte, o grupo de lojas de departamento El Corte Inglés calcula que tomará a medida para 25,9 mil funcionários, e a moveleira IKEA, para 83% de seus quase 8 mil trabalhadores na Espanha.