Controle de estabilidade: quando posso desligar o ESP e quais são os riscos
Conhecido pela sigla ESP, o controle de estabilidade, que agrega o controle de tração, será item obrigatório em todos os veículos novos comercializados no Brasil em 2022. A partir do ano que vem, terá de equipar todos os modelos inéditos lançados no País.
Como o prazo estabelecido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) se aproxima, cada vez mais carros já trazem o item de segurança, chamado em inglês de electronic stability program - vide o exemplo dos novos Chevrolet Onix e Hyundai HB20.
A maioria dos automóveis com ESP traz um botão para desligar o equipamento, geralmente identificado com as três letras e a palavra inglesa off (desligar). Em alguns, a inscrição é acompanhada do desenho de um carro derrapando. Aí fica a dúvida: em quais situações esse botão deve ser pressionado? Já adiantamos: quase nunca.
"Ao rodar em estradas de terra, com pedregulhos e baixa tração nos pneus, às vezes o ESP atrapalha e pode ser desligado", diz Camilo Adas, conselheiro de tecnologia e inovação da SAE Brasil.
Segundo o engenheiro, o dispositivo funciona em conjunto com o ABS, ajustando os freios e o envio de torque às rodas para manter a tração dos pneus no solo o máximo possível - e segurar o veículo na trajetória desejada, brecando rodas individualmente para evitar uma derrapagem, se necessário. Trabalha para que elas não girem em falso, o que pode ser um problema em vias não asfaltadas.
"Naturalmente, uma estrada de terra proporciona mais deslizamento das rodas. Mesmo derrapando, qualquer atrito do pneu no solo ajuda a sair de determinada situação. Cabe ao motorista dosar o torque no pedal do acelerador. Porém, o ESP tira esse controle do condutor ao prevenir que o carro patine", explica.
A recomendação tem suas ressalvas: há veículos, especialmente modelos projetados para rodar na terra, que trazem ESP com calibragem específica para condução fora de estrada. Nesse caso, os controles de estabilidade e tração devem permanecer ativos. Na dúvida, consulte o manual do proprietário.
Vale destacar que, mesmo apertando o botão, a maioria dos automóveis não desativa totalmente o equipamento, exceto modelos esportivos específicos.
Track day também vale
A segunda situação na qual o ESP pode ser desativado é ao participar de um track day em pista fechada, quando é desejável ter o carro mais "na mão". "Nesse caso, é até bem-vindo desligar, porque a tecnologia interfere demais no comportamento do carro, por interpretar risco de acidente".
Nunca é demais dizer: acelerar em autódromo requer experiência.
Exceto nessas duas condições, a recomendação do especialista é sempre deixar o dispositivo ligado. "O ESP é primordial para evitar acidentes como aquaplanagem".
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