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Quadrilha chilena diz que passou a atuar no Brasil por penas mais brandas

Chilenos presos dizem que vieram ao Brasil por considerar penas mais brandas - Divulgação/Polícia Civil
Chilenos presos dizem que vieram ao Brasil por considerar penas mais brandas Imagem: Divulgação/Polícia Civil
do UOL

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

19/08/2019 10h56

Uma quadrilha de chilenos que foi presa neste sábado (17) após invadir um apartamento e fazer uma família refém no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio, disse em depoimento à Polícia Civil que passou a atuar no Brasil por considerar o sistema penal mais brando do que em outros países da América do Sul.

Segundo o delegado Antenor Lopes, da delegacia do Leblon, o grupo chegou a apresentar identidades falsas -- da Venezuela --, mas depois foi constatado que tratava-se de chilenos.

"Esses bandidos ficam aqui para praticar crimes, pois acham que o sistema de segurança no Brasil é mais frágil. Eles disseram que se forem presos roubando no país de origem, eles ficam cinco ou dez anos presos e não contam com progressão de pena. Aqui cumpre um terço e saí da prisão".

O delegado disse ainda que a polícia apura se o grupo já foi preso, julgado e condenado em São Paulo. De acordo com as investigações, eles trocam de identidade com frequência para dificultar a identificação e se manterem sempre como réus primários.

Família refém

Ao todo seis membros da quadrilha foram presos. Três deles invadiram um apartamento no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. Os criminosos arrombaram o portão de um prédio na Avenida Genaro de Carvalho e com uma chave de fenda invadiram um imóvel.

No local, eles mantiveram refém uma família -- um bebê de dois meses, a mãe da criança e um casal de idosos. As vítimas foram amarradas. Os bandidos chegaram a ameaçar a mãe do bebê com um ferro elétrico que estava sendo usado no momento que o grupo invadiu o apartamento.

De acordo ainda com a polícia, o bebê de dois meses foi amarrado junto à mãe na tentativa de fazer com que ele parasse de chorar.

O grupo roubou joias, notebook, celulares, dinheiro e outros objetos. De acordo ainda com o delegado, os itens foram vendidos na favela da Rocinha, na zona sul do Rio. O grupo foi preso no mesmo dia em um imóvel, alugado para temporada, onde ficavam baseados em Copacabana, na zona sul do Rio.

Outros três chilenos, especializados no roubo de bolsas de grife e que integram a quadrilha também foram presos.

As investigações sobre a atuação do grupo tiveram início após um furto em um restaurante no Shopping Leblon, no dia 12 de agosto. Uma cliente teve uma bolsa no valor de R$ 10 mil roubada no interior do shopping. "Com base em ações de inteligência e monitoramentos os agentes conseguirem chegar a identificação dos criminosos", informou a Polícia Civil.

Os três chilenos responsáveis pelo roubo de bolsas foram identificados inicialmente como Jocelin Stephanie Serrano Ulhoa, 36, Priscilla Alexandra Pohl Munhos, 36, e Victor Manuel Gonzalez Beiza, 36. O trio foi preso na Avenida Afrânio de Melo Franco, no Leblon. Eles também usavam um apartamento alugado para temporada em Copacabana como base. Eles foram autuados por furto qualificado e associação criminosa

Em um prédio vizinho foram capturados os outros três chilenos: Diego Alejandro Briceno Salas, 28, Juan Luís Flores Espejo, 45, e Roberto Andrés Fuentes Manquecoy, 39, que vão responder por roubo qualificado, associação criminosa e uso de documento falso.

A prisão da quadrilha ocorreu durante uma ação conjunta das Delegacias do Leblon, na zona sul, e da Tijuca, na zona norte da cidade.

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