Fundação Euro-América diz que rejeições a acordo UE-Mercosul são reacionárias
Madri, 17 jul (EFE).- O presidente da Fundação Euro-América, Ramón Jáuregui, disse nesta quarta-feira que as objeções aos acordos internacionais de comércio assinados pela União Europeia (UE) são "anacrônicas e reacionárias", em entrevista concedida à Agência Efe.
Jáuregui classificou de "grande notícia" o acordo de comércio firmado recentemente entre a UE e o Mercosul, negociado há mais de 20 anos.
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"Sou um dos que acredita que as objeções aos acordos internacionais são anacrônicas, são reacionárias", afirma o político espanhol. "Os acordos beneficiam nossos povos", acrescenta.
"Contra este neoprotecionismo de (Donald) Trump e dos Estados Unidos, há uma oportunidade para que o mundo avance através de acordos regulados", afirma Jaúregui, que especifica: acordos "não de livre-comércio, mas acordos internacionais que regulam o comércio".
"Isso é o que tem sido feito com o Mercosul, inclusive com uma importante trajetória para garantir que o Brasil, que tinha tentações dos EUA para que deixasse o acordo de Paris, se mantenha nele pelo acordo com a Europa".
Jáuregui considera que a América Latina "é mais frágil internacionalmente do que merece" e "uma das falhas para que a região não esteja no nível que lhe corresponde é a sua desintegração, ou o fracasso dos seus processos de integração".
"Poderíamos dizer que a integração na América Latina é a grande matéria pendente em um continente que tem que se armar e tem que defender grandes questões que afetam o seu futuro", como a emergência climática, que para a região "é vital".
Em relação à integração, "nós europeus temos uma grande experiência", ressalta o político. "Fomos capazes de fazer de 28 países uma união política, supranacional, extraordinária. Ninguém no mundo fez coisa semelhante", disse Jáuregui. EFE