Companhia ferroviária holandesa indenizará vítimas do Holocausto
Haia, 26 Jun 2019 (AFP) - A companhia ferroviária holandesa anunciou nesta quarta-feira que vai destinar dezenas de milhões de euros para indenizar os judeus deportados para os campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Sobreviventes e parentes dos que morreram serão indenizados, anunciou a Nederlandse Spoorwegen (NS).
"Estimamos que milhares de pessoas merecem indenização, incluindo cerca de 500 sobreviventes", declarou a NS em um comunicado.
A empresa "vai dedicar várias dezenas de milhões de euros" a essas indenizações nos próximos anos.
Nederlandse Spoorwegen anunciou em novembro de 2018 que compensaria os parentes de judeus deportados e estabeleceria uma comissão para determinar os valores.
A empresa, que qualifica esse período de sua história de "página negra", pediu desculpas oficialmente em 2005 por seus atos cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, embora até agora nenhuma indenização tenha sido ordenada.
O ex-fisioterapeuta do time de futebol Ajax, Salo Muller, que perdeu seus pais durante a guerra, militava desde 2017 por essas indenizações.
O montante da indenização será de 15.000 euros para os sobreviventes do Holocausto e entre 5.000 e 7.500 euros para os filhos nascidos "antes, durante ou depois da guerra", bem como viúvas e viúvos, disse um porta-voz da NS à AFP.
Segundo a empresa, entre 5.000 e 6.000 pessoas poderiam receber uma indenização individual.
Como muitas outras empresas holandesas, a NS trabalhou para os nazistas depois que a Alemanha invadiu o país em maio de 1940, e recebeu o equivalente a milhões de euros transportando famílias judias para Westerbork, na fronteira com a Alemanha, de acordo a rádio-televisão pública NOS.
Cerca de 107.000 dos 140.000 judeus que viviam na Holanda foram deportados para Westerbork, a partir de onde foram enviados para outros campos como Auschwitz, Sobibor e Bergen-Belsen.
Anne Frank, uma adolescente judia conhecida por seu diário, foi transferida para Westerbork no início de agosto de 1944, depois de ser detida pela Gestapo.
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