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Vídeo chocante mostra instalação de "tampas" na barriga de vacas para testes na França

20/06/2019 13h10

A associação francesa de proteção aos animais L214 - famosa por denunciar maus tratos de animais em grandes empresas alimentares - divulgou nesta quinta-feira (20) um novo vídeo sobre criação experimental. As imagens mostram vacas com aberturas na lateral do corpo com acesso direto a seus estômagos, para a realização de testes.

A reportagem secreta foi filmada por membros da L214 em uma fazenda experimental para pesquisas no centro-oeste da França. O vídeo mostra um funcionário abrindo o orifício na lateral das vacas, recolhendo material e fechando com esforço a estrutura.

Segundo um comunicado divulgado pela associação, "uma abertura é feita na lateral das vacas e o estômago delas é perfurado com um buraco de 15 centímetros para estudos sobre a digestão". De acordo com o documento, essas pesquisas, que têm o objetivo de aumentar a produtividade dos animais através de sua alimentação, implica em diversos problemas na saúde dos bichos: atrofiação de membros, deficiências pulmonares, cardíacas ou digestivas, inflamações na pele, além da exaustão de seus organismos.

O documento ainda salienta que as condições de vida dos animais utilizados para a pesquisa no centro são "deploráveis".

A empresa responsável pelos testes, Sanders, é parte do grupo agroindustrial Avril, que produz 25% dos ovos consumidos na França, um entre oito porcos e um quarto dos coelhos para abate, segundo a L214.

Objetivo sensacionalista

O grupo Avril rejeitou as acusações. Em comunicado, a empresa alega que as imagens foram manipuladas e filmadas durante a noite "com objetivo sensacionalista".

Os responsáveis pelos testes dizem que as fístulas, "empregadas há muito tempo na pesquisa animal", são utilizadas no centro experimental apenas em seis vacas para "pesquisas que devem permitir colocar em prática métodos alternativos". "Na França, esse procedimento é enquadrado pela lei e é autorizado pelo Ministério francês da Pesquisa", afirma o grupo.

Avril ainda reitera que os testes são acompanhados por veterinários "extremamente rigorosos". Segundo o grupo, "essa é a única solução atual que permite estudar a digestão de proteínas vegetais".

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