Haniyeh pede que países árabes não normalizem relações com Israel
Faixa de Gaza, 20 jun (EFE).- O chefe do movimento islamita Hamas, Ismail Haniyeh, manifestou nesta quinta-feira sua oposição à realização do Fórum Econômico do Bahrein e pediu aos países árabes "que não normalizem" as relações com Israel.
"A oficina econômica do Bahrein foi preparada para debilitar a causa palestina. A sua cara é econômica, mas seu conteúdo é político", disse Haniyeh em um encontro incomum com jornalistas internacionais na Faixa de Gaza, entre eles a Agência Efe, sobre a reunião convocada na próxima semana pelos Estados Unidos como ponto de partida para o plano de paz entre israelenses e palestinos no qual a Casa Branca trabalha há dois anos.
O dirigente islamita afirmou que pediu aos Estados árabes que não aceitassem a iniciativa americana, que teve o apoio da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.
"Pedimos que não abordassem o acordo", declarou Haniyeh, para acrescentar que qualquer plano de paz alternativa que não contemple a volta dos refugiados palestinos e da diáspora será rejeitado.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou na terça-feira a participação de israelenses no fórum e garantiu manter contatos "em segredo" com países árabes, nos quais buscou aliados para a elaboração do plano dirigido pelo assessor e genro de Donald Trump, Jared Kushner.
O Líbano é o único Estado árabe que anunciou oficialmente que não comparecerá ao encontro, previsto para Manama para 25 e 26 de junho.
A ONU confirmou a presença de seu coordenador adjunto para o Oriente Médio, Jamie McGoldrick.
Haniyeh declarou que não é "otimista" com relação à quantidade de dinheiro que o fórum pretende comprometer para investimentos na Palestina, especialmente em Gaza, e afirmou que não aceitará nenhum dinheiro, embora não se oporá à implementação de projetos na Faixa.
Além disso, pediu mobilizações maciças no dia prévio à conferência e durante o desenvolvimento da mesma, e pediu aos palestinos da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental que se unam em uma "só voz" para rejeitar o plano impulsionado por Washington. EFE
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