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Bolsa bate recorde em pontuação, mas ainda está abaixo do nível de 2008

do UOL

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/06/2019 17h23

Apesar da comemoração de agentes do mercado pelo recorde de mais de 100 mil pontos do Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, essa é apenas uma marca nominal. O recorde real ainda está longe de ser alcançado.

Isso quer dizer que a pontuação considera o valor presente das empresas listadas na Bolsa. Portanto, o atual recorde não considera a inflação acumulada no período. Para exemplificar, R$ 50 hoje valem menos que R$ 50 no passado.

Recorde real foi em 2008

Dessa forma, o recorde real da Bolsa brasileira ainda é de maio de 2008, durante o governo Lula. Durante o segundo mandado do petista, o índice atingiu 73.516,80 pontos em meio aos bons resultados da economia brasileira, da descoberta do pré-sal e do bom ambiente externo.

"Naquela época tínhamos uma alta das commodities, muita liquidez mundial, o Brasil era reconhecido mundialmente, ganhamos o grau de investimento. Tínhamos o Eike Batista, Olimpíadas, Copa. Éramos a bola da vez, e os estrangeiros estavam de olho em nós", afirmou Virgínia Prestes, especialista em investimentos e professora da FAAP.

"Foi nessa época também a descoberta do pré-sal, e a Petrobras ia muito bem. Expectativa e credibilidade levam à alta da Bolsa, e o Brasil tinha muito disso", disse.

Desde o final da década passada, a inflação acumulada até maio deste ano, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 87%, segundo dados do Banco Central.

Isso faz com que, para que o recorde real seja batido, o índice precise passar de 137.470 pontos, de acordo o cálculo feito pela empresa de informações financeiras Economatica, a pedido do UOL.

Reforma da Previdência

O recorde, contudo, dificilmente será quebrado esse ano, segundo analistas. Para a Guide Investimentos, no cenário otimista o Ibovespa pode chegar a 126 mil pontos --abaixo do recorde real de 2008.

"O cenário base é do Ibovespa em 119 mil pontos. O otimista é de 126 mil pontos, enquanto o pessimista, sem a reforma da Previdência, fica em cerca de 89 mil pontos", disse o analista Rafael Passos.

Para ele, a reforma da Previdência é fator crucial para que o Ibovespa encoste no recorde real.

"Quando olhamos o orçamento primário do governo, a Previdência representa quase 55% do orçamento. O governo precisa atacar isso", afirma ele.

"Aprovando esses ajustes, teremos uma queda no risco Brasil expressiva. Somada a um dólar um pouco mais baixo, o Ibovespa tem tudo para seguir bem", diz.

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