Governo egípcio rebate críticas sobre falta de atendimento médico a Mursi
Cairo, 18 jun (EFE).- O governo do Egito rebateu nesta terça-feira as críticas e denúncias sobre a falta de atendimento médico e o frágil estado de saúde do ex-presidente Mohammed Mursi, detido há seis anos e que morreu ontem aos 67 anos durante uma audiência em um tribunal do Cairo.
O Serviço de Informação do Estado (SIS) criticou hoje a organização Human Rights Watch (HRW), que ontem afirmou que a morte de Mursi era "completamente previsível", através das palavras de sua diretora regional, Sarah Leah Whitson.
A ativista afirmou no Twitter que a morte de Mursi era "terrível, mas COMPLETAMENTE previsível" por conta da falta de permissão do governo "para oferecer um adequado atendimento médico e permitir visitas de familiares".
O SIS disse em comunicado divulgado por meios de comunicação egípcios que os comentários de Sarah eram "falsas denúncias que reafirmam a tradição de mentiras".
Sarah foi acusada pelo SIS de "assumir prematuramente que Mursi morreu por negligência médica sem apresentar nenhuma evidência ou prova". Além disso, o serviço ressalta que o último relatório da HRW sobre a situação de saúde do ex-presidente foi em junho de 2017.
Então, segundo o SIS, a HRW denunciou violações dos direitos de Mursi a ter uma atendimento médico adequado, algo que foi desmentido por um comunicado oficial que ressaltava que o líder islamita estava bem de saúde e só sofria de diabetes.
Desde então, a HRW não tinha se expressado, destacou o SIS, que entende que esse silêncio se traduz em aceitar a normalidade da situação de saúde do ex-presidente.
A HRW indicou ontem que estava preparando um relatório sobre o assunto.
O SIS assegurou, por sua parte, que o último pedido de Mursi apresentado diante do tribunal data de 19 de novembro de 2017 e que o tribunal aceitou o mesmo na ocasião.
Vários meios de comunicação apresentam hoje informações com base em "uma fonte" dizendo que Mursi estava sendo bem tratado.
O jornal "Al Watan" indicou que a fonte revelou que Mursi recebia constante atendimento médico. A fonte se refere a vários atendimentos que recebeu, embora todos datados em 2017.
O jornal "Egypt Today" também cita uma "fonte" que afirmou que "a saúde de Mursi tinha sido revisada periodicamente pelos médicos", sem acrescentar mais detalhes.
Vários organismos de direitos humanos e a própria família denunciaram nos últimos anos o péssimo estado de saúde do primeiro presidente egípcio eleito democraticamente, deposto em um golpe de estado pelo seu então ministro de Defesa e hoje presidente, Abdul Fatah al Sisi.
Alguns deles, como a Anistia Internacional (AI) e o Instituto do Cairo para Estudos de Direitos Humanos (CIHRS), pediram uma investigação independente para determinar as causas da morte de Mursi.
O diretor do CIHRS, Bahey Eldin Hassan, lembrou ontem que no ano passado o instituto publicou um relatório sobre a saúde de Mursi no qual quatro organizações não-governamentais pediam que a comunidade internacional "salvasse a vida" do ex-presidente. EFE
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