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Extrema-direita alemã perde disputa pela prefeitura de um dos seus redutos

16/06/2019 17h30

Berlim, 16 jun (EFE).- O partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou sem aquela que teria sido sua primeira prefeitura, na cidade de Görlitz, um de seus redutos no leste da Alemanha, onde a vitória nas eleições acabou ficando com a conservadora União Democrata-Cristã (CDU), respaldada pelas demais legendas.

Sebastian Wippel, candidato da AfD e vencedor no primeiro turno das eleições municipais realizadas em 26 de maio, ficou com 44,9% dos votos no segundo turno, atrás de seu rival da CDU, Octavian Ursu, com 55,1%.

A eleição em Görlitz, cidade com 56.000 habitantes junto à fronteira com a Polônia, tinha despertado grande expectativa, diante da perspectiva de que a AfD fosse conseguir sua primeira vitória em nível municipal.

Essa vitória teria disparado as chances da extrema-direita nas eleições regionais que acontecerão no próximo outono no estado da Saxônia, do qual faz parte Görlitz, assim como em Brandemburgo e Turíngia, além do leste do país.

A candidatura de Wippel suscitou a mobilização contrária de todos os demais partidos, entre eles os Verdes e a Esquerda, e até a formação de um coletivo de cineastas internacionais que assinou uma carta aberta pedindo que a população da cidade votasse "pela tolerância".

A AfD é a terceira força do parlamento federal da Alemanha e tem cadeiras nas câmaras regionais dos 16 estados federados do país, mas está categoricamente descartada como aliada política em todos os níveis pelos outros partidos políticos.

As eleições municipais de Görlitz aconteceram em um momento de grande fraqueza tanto para os conservadores da chanceler Angela Merkel como para seus sócios de coalizão, os social-democratas, não só em relação com as eleições do leste do país, mas também em escala nacional.

As pesquisas situam os Verdes como primeira força em intenções de voto, caso fossem convocadas eleições gerais agora, enquanto o bloco conservador ficaria relegado à segunda posição.

Já os social-democratas afundariam em novos níveis mínimos históricos e ficariam na quarta posição, atrás da extrema-direita, segundo uma pesquisa divulgada neste final de semana. EFE

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