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Conheça a nova aposta das montadoras de luxo: design exclusivo por cliente

Hannah Elliott

15/06/2019 07h00

Em novembro de 2018, a Lamborghini anunciou que havia fabricado um único carro em colaboração com um cliente favorito e não identificado.

O valor exato do exclusivo Lamborghini SC18 Alston não foi revelado, embora o diretor técnico da Lamborghini, Maurizio Reggiani, tenha dito em entrevista, entre risos, que o custo ficou entre US$ 1 e US$ 13 milhões, o preço do mais novo La Voiture Noire da Bugatti.

Preços à parte, Reggiani é muito claro sobre uma coisa: afirma que a Lamborghini é a pioneira de uma tendência em alta (ou, dependendo de como olhamos para a história automotiva, que reemerge) de fabricar supercarros extraordinariamente caros e exclusivos e com permissão de circular. O SC18, por exemplo, foi criado "em sinergia" entre o cliente e a divisão Centro Stile Lamborghini. Em resumo, o responsável de design Mitja Borkert sentou-se com o cliente de longa data da Lamborghini e, juntos, criaram o carro V12 com 770 cavalos de potência.

É o primeiro desse tipo da marca, mas também demorou muito para ser fabricado.

Este modo atual de customização remonta ao Lamborghini Reventon em 2008. "Eu me lembro muito bem, porque quando assumi como diretor técnico, minha primeira tarefa foi fazer este carro", diz Reggiani. "Fui escolhido em uma reunião com [o então presidente Stephan] Winkelman, que decidiu que precisávamos fabricar um carro que estivesse completamente fora do escopo. Então criamos o Reventon."

Embora o Reventon (355 km/h) não tenha sido um carro único - a Lamborghini fabricou 21 deles, vendido para grandes magnatas como Khalid Abdul Rahim, do Bahrein, e Ramzan Kadyrov, líder da Chechênia - foi o primeiro modelo da marca a testar uma nova estratosfera de cliente moderno. Na verdade, o sucesso que levou à venda quase imediata de todas as unidades provou aos executivos da Lamborghini que o mercado automobilístico poderia lidar com o preço extravagante e a exclusividade de veículos até então considerados excessivamente "selvagens" para serem fabricados. Isso abriu caminho para o Veneno, com preço de US$ 4,5 milhões, e para o Centenario, de 759 cavalos de potência, exclusivos supercarros lançados anos depois.

Ao longo da década desde a estreia do Reventon, a montadora tem aprimorado a estratégia de fabricar carros cada vez mais caros e únicos, o que resultou na encomenda do exclusivo SC18 no ano passado.

"O Reventon gerou um grande debate sobre as dimensões deste segmento", diz Reggiani. "À medida que explorávamos mais e mais naquela época, começamos a ver como, nesse mercado, você pode esticar em termos de preço e de demanda. O Reventon cupê custou US$ 3 milhões; o roadster [Reventon], US$ 3,2 milhões; e o Centenario, US$ 2 milhões. Então, nesse segmento, sabemos que existe um mercado maravilhoso."

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