Trump recorre a prerrogativa para bloquear informação sobre pergunta do censo
Washington, 13 Jun 2019 (AFP) - O presidente Donald Trump usou nesta quarta-feira (12) suas prerrogativas executivas para impedir que o Congresso obtenha documentos relacionados com a forma como seu governo agregou uma pergunta sobre cidadania no censo de 2020.
O Comite de Supervisão da Câmara de Representantes -dominada pela oposição democrata- respondeu enfaticamente, votando declarar em desacato los secretários de Justiça, Bill Barr, e do Comércio, Wilbur Ross, por não entregar essa documentação.
A resolução de desacato poderia receber um voto completo da Câmara, mais ainda não foi fixada uma data.
"Esses documentos estão isentos de ser revelados", escreveu o Departamento de Justiça (DoJ) em uma carta dirigida ao presidente do comitê, Elijah Cummings.
Acrescenta que Trump "fez uma afirmação preventiva de seu privilegio executivo" para que a administração disponha de mais tempo para revisar a documentação que lhe é solicitada.
"Parece ser outro exemplo da atitude desafiante da administração" em relação ao Congreso, disse Cummings.
"Isso leva a uma pergunta: o que se está escondendo?", completou.
O censo se tornou um tema importante antes das eleições de 2020.
Os democratas temem que perguntar aos entrevistados se são cidadãos dos Estados Unidos acabe afetando a representação no Congresso de estados com fortes comunidades imigrantes, reduzindo também seu acesso a fundos federais.
Este novo choque entre a administração Trump e os democratas majoritários na Câmara de Representantes acontece após a revelação de documentos de um estrategista republicano, segundo os quais a inclusão dessa pergunta no censo beneficiaria politicamente os republicanos e os brancos não hispânicos.
O comitê votou em sua maioria seguindo orientações partidárias, 24 a 15, a favor do desacato. O congressista Justin Amash, o único legislador republicano que apoia abertamente o início dos procedimentos de julgamento político contra o presidente, votou com os democratas.
Através de um comunicado, Ross criticou o voto de desacato como um "blefe" disenhado para "influir indevidamente na decisão iminente da Corte Suprema" sobre a questão da cidadania.
Os democratas intensificaram o confronto com a Casa Branca nas últimas semanas, com alguns membros em busca da abertura de um processo de impeachment contra Trump.
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