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Trump recorre a prerrogativa para bloquear informação sobre pergunta do censo

12/06/2019 22h20

Washington, 13 Jun 2019 (AFP) - O presidente Donald Trump usou nesta quarta-feira (12) suas prerrogativas executivas para impedir que o Congresso obtenha documentos relacionados com a forma como seu governo agregou uma pergunta sobre cidadania no censo de 2020.

O Comite de Supervisão da Câmara de Representantes -dominada pela oposição democrata- respondeu enfaticamente, votando declarar em desacato los secretários de Justiça, Bill Barr, e do Comércio, Wilbur Ross, por não entregar essa documentação.

A resolução de desacato poderia receber um voto completo da Câmara, mais ainda não foi fixada uma data.

"Esses documentos estão isentos de ser revelados", escreveu o Departamento de Justiça (DoJ) em uma carta dirigida ao presidente do comitê, Elijah Cummings.

Acrescenta que Trump "fez uma afirmação preventiva de seu privilegio executivo" para que a administração disponha de mais tempo para revisar a documentação que lhe é solicitada.

"Parece ser outro exemplo da atitude desafiante da administração" em relação ao Congreso, disse Cummings.

"Isso leva a uma pergunta: o que se está escondendo?", completou.

O censo se tornou um tema importante antes das eleições de 2020.

Os democratas temem que perguntar aos entrevistados se são cidadãos dos Estados Unidos acabe afetando a representação no Congresso de estados com fortes comunidades imigrantes, reduzindo também seu acesso a fundos federais.

Este novo choque entre a administração Trump e os democratas majoritários na Câmara de Representantes acontece após a revelação de documentos de um estrategista republicano, segundo os quais a inclusão dessa pergunta no censo beneficiaria politicamente os republicanos e os brancos não hispânicos.

O comitê votou em sua maioria seguindo orientações partidárias, 24 a 15, a favor do desacato. O congressista Justin Amash, o único legislador republicano que apoia abertamente o início dos procedimentos de julgamento político contra o presidente, votou com os democratas.

Através de um comunicado, Ross criticou o voto de desacato como um "blefe" disenhado para "influir indevidamente na decisão iminente da Corte Suprema" sobre a questão da cidadania.

Os democratas intensificaram o confronto com a Casa Branca nas últimas semanas, com alguns membros em busca da abertura de um processo de impeachment contra Trump.

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