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Trump anuncia envio de mil soldados à Polônia

12/06/2019 20h39

Washington, 12 Jun 2019 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira o envio de mais mil soldados à Polônia para enfrentar a ameaça russa, e criticou a Alemanha por ser "refém" de Moscou na questão energética.

O reforço não atendeu a ambição da Polônia de ter uma maior presença de tropas americanas em seu território.

Trump fez o anúncio em uma entrevista conjunta com o presidente polonês, Andrzej Duda, na Casa Branca.

No momento, cerca de 5 mil soldados americanos estão estacionados na Polônia, como parte da presença da Otan no país.

Mais cedo nesta quarta-feira, Trump havia antecipado o envio de 2 mil soldados à Polônia, o que torna o anúncio oficial uma ducha de água fria para Duda, que pretende abrigar uma base permanente dos EUA no país.

Duda foi diplomático ao ser perguntado quantos soldados americanos gostaria de receber, dizendo que "sempre depende dos Estados Unidos".

"Ele gostaria de 250 mil soldados", brincou Trump.

O presidente americano destacou que a Polônia encomendou mais 30 caças F-35 dos EUA.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, recebeu com agrado o anúncio de tropas adicionais na Polônia e tuitou que isto mostra "o forte compromisso dos Estados Unidos com a segurança europeia...".

Situada na Europa oriental, na antiga área de influência soviética, a Polônia é um membro da Otan e defende um vínculo mais estreito com os Estados Unidos.

Duda, preocupado com os antecedentes da Rússia e sua apropriação de territórios na Geórgia e Ucrânia durante a última década, tem tentado seduzir Trump com a ideia de uma base militar que possa abrigar milhares de soldados.

Mas uma grande base militar dos Estados Unidos tão próxima da fronteira russa poderia irritar o Kremlin e gerar uma resposta do governo de Vladimir Putin, como uma maior presença militar em Kaliningrado, na região de fronteira com a Polônia, ou a instalação de uma base russa na Belarus, aliado de Moscou.

Nesta quarta-feira, Trump também criticou a Alemanha pelo que considerou uma excessiva dependência do fornecimento de energia russa.

"Realmente torna a Alemanha um refém da Rússia", avaliou Trump, sugerindo que analisa sanções visando bloquear o novo gasoduto promovido pela Rússia conhecido como Nord Stream 2.

"Acredito que a Alemanha está cometendo um tremendo erro ao confiar tanto em um gasoduto".

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