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Paraguai diz esperar que Brasil retire status de refugiados de ativistas

12/06/2019 22h52

Assunção, 12 jun (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, disse nesta quarta-feira que espera "notícias favoráveis" da Comissão Nacional de Refugiados (Conare), que decidirá na sexta-feira se revoga a condição de refugiados concedida pelo Brasil a dois ativistas paraguaios.

Castiglioni informou que o Paraguai voltou a enviar o Brasil todas as informações sobre o caso dos ativistas de esquerda Juan Arrom e Anuncio Martí, acusados pela Justiça paraguaia de terem sequestrado a nora do ex-ministro de Fazenda Enzo Debernardi.

O chanceler ainda afirmou que o governo do Paraguai está mais confiante porque a Comissão Interamericana de Direitos Humanos decidiu na semana passada absolver o governo do país, por falta de provas, de ter torturado Arrom e Martí em janeiro de 2002.

Depois da suposta tortura que teriam sofrido no Paraguai, os dois líderes do Partido Pátria Livre fugiram para o Brasil, que concedeu status de refugiados políticos a eles em 2003, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora, cabe ao Conare decidir se mantém ou retira a condição de refugiados dos dois paraguaios, o que pode abrir o caminho para um pedido de extradição por parte do Paraguai.

"Acreditamos que na sexta-feira sairá a decisão e temos muita fé, por tudo que fizemos e por todas as provas que enviamos, além dos antecedentes do que ocorreu na Corte Interamericana", disse Castiglioni ao chegar de uma viagem à Bolívia.

O ministro afirmou que não conversou com as autoridades bolivianas sobre a situação de Arrom e Martí. Perguntado se cogita a hipótese de os dois ativistas fugirem para a Bolívia, Castiglioni afirmou que o governo de Evo Morales não aceitaria recebê-los.

"É pouco provável que uma democracia latino-americana possa dar amparo a eles", respondeu o chanceler. EFE

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