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Bolsonaro e Moro têm encontro não agendado e marcam de ver jogo do Flamengo

O Presidente Jair Bolsonaro chega acompanhado pelo Ministro da Justiça Sérgio Moro para a cerimônia de comemoração do 154º Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo e imposição da Ordem do Mérito Naval, no Grupamento dos Fuzileiros Navais, em Brasília - Andre Coelho/Folhapress
O Presidente Jair Bolsonaro chega acompanhado pelo Ministro da Justiça Sérgio Moro para a cerimônia de comemoração do 154º Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo e imposição da Ordem do Mérito Naval, no Grupamento dos Fuzileiros Navais, em Brasília Imagem: Andre Coelho/Folhapress
do UOL

Leandro Prazeres e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

12/06/2019 16h29

Jair Bolsonaro (PSL) e Sergio Moro se encontraram hoje ao meio-dia pela segunda vez desde a publicação de mensagens vazadas de integrantes da Lava Jato. O encontro não estava previsto na agenda oficial de nenhum dos dois e só foi incluído depois de terminado, por volta das 15h.

O encontro, convocado por Bolsonaro no fim da manhã de hoje, durou uma hora e meia e incluiu um almoço. Pessoas próximas a Moro afirmam que o presidente também convenceu o ministro a ir ao jogo entre Flamengo e CSA no Estádio Nacional de Brasília, hoje à noite. O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), e sua mulher, Paula Mourão, também irão ao jogo.

A aparição pública no estádio é vista como um gesto de apoio de Bolsonaro ao ministro, que passa pelo momento mais turbulento no governo. Ontem, o presidente condecorou Moro com a Medalha Ordem do Mérito Naval.

O diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que já abriu ao menos quatro inquéritos para investigar o vazamento das mensagens, também esteve presente ao encontro de Moro e Bolsonaro hoje.

Mensagens inauguram nova crise

A crise que atingiu o ministro eclodiu no domingo (9), quando o site The Intercept publicou troca de mensagens entre o então juiz federal Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato.

Os diálogos mostram, entre outras coisas, que Moro não se limitou a julgar, mas interferiu nas investigações - o que é proibido por lei. Ele sugeriu mudança na ordem de operações, indicou possíveis fontes de informação à operação e antecipou decisões que proferiria. Após a publicação das reportagens, Moro negou que tivesse orientado procuradores da Lava Jato.

O ministro irá ao Senado na próxima semana dar explicações sobre as conversas. Uma comissão da Câmara também aprovou hoje um convite para Moro.

Não há confirmação de que Moro, Bolsonaro e Valeixo conversaram sobre os vazamentos hoje.

Fontes próximas ao ministro afirmam que eles falaram de projetos de interesse do ministério, como a MP (medida provisória) que muda as regras para alienação de bens apreendidos pela Justiça.

Até o momento, Bolsonaro não se manifestou diretamente sobre o caso, sob o argumento de que as mensagens divulgadas foram obtidas de forma ilegal.

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