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Na Paulista, direita chancela Bolsonaro e tem novos alvos: STF, MBL e Maia

Estudantes montam um cemitério para representar tudo o que está sendo "sepultado" pela má política em SP - Mirthyani Bezerra/UOL
Estudantes montam um cemitério para representar tudo o que está sendo "sepultado" pela má política em SP Imagem: Mirthyani Bezerra/UOL
do UOL

Luís Adorno e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

26/05/2019 16h52

Após Brasília e Rio, no início desta tarde foi a vez de São Paulo receber atos em apoio ao governo Bolsonaro, na avenida Paulista. Além de chancelar o presidente e de atacar a esquerda, os participantes demonstram ter escolhido novos alvos de críticas: o STF (Supremo Tribunal Federal), o MBL (Movimento Brasil Livre) e o deputado Rodrigo Maia (DEM) - símbolo do "centrão".

Com camisas verde-amarelas e cartazes, os manifestantes se espalharam por mais de dez quadras da avenida a partir das 14h. Pouco antes das 17h, cantaram o Hino Nacional e começaram a se dispersar.

Houve concentrações principalmente no trecho entre o parque Trianon e a Rua Augusta, além de sete carros de som.

'Morte ao STF'

"Mesmo não sendo a pauta principal, aqui a gente está batendo no Congresso e no Senado e está totalmente contra o STF aparelhado por partidos", disse Kauê Calado, 17, vestido de "morte" e com uma placa pendurada escrita "STF".

Ele foi à manifestação com dois colegas, com quem montou um cemitério para representar tudo o que está sendo "sepultado pelo má política".

Entre as lápides consta o tema "educação". Para o estudante, os cortes anunciados pelo governo para a área são necessários para o país.

"Não foi bem um corte, porque a galera acaba distorcendo as coisas. E não está errado, ele só trocou a área daquele investimento. Colocou na educação básica, que acho que é muito mais importante que a faculdade", disse.

MBL

O luthier, profissional especializado no reparo de instrumento de cordas, João Bernate, 38, levou para o protesto uma placa contra o MBL. Ele disse ter participado de todos os protestos desde 2013 convocados pelo grupo, mas condena a mudança de postura do movimento.

Protesto contra o MBL - Mirthyani Bezerra / UOL - Mirthyani Bezerra / UOL
João Bernate, 38, levou para o protesto uma placa contra o MBL
Imagem: Mirthyani Bezerra / UOL
"O problema não é eles não terem vindo, mas todas as posturas que eles têm tomado diante de um povo que está revoltado com o que está acontecendo lá em cima, no Congresso, com a plataforma do governo sendo atacada o tempo todo por mídias, inclusive pelo UOL, muita distorção", disse.

O MBL afastou-se do evento por discordar de reivindicações como fechamento do Congresso e do STF, reivindicado por alguns participantes.

Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi alvo de críticas nos sete carros de som espalhados pela Paulista. Muitos apoiadores, em discursos, o trataram como "inimigo" de Bolsonaro e do Brasil. Para os manifestantes, Maia tem dificultado ações do presidente.

Oscar Maroni, dono de uma casa noturna de São Paulo, afirmou durante discurso no carro de som do grupo Revoltados Online: "Bolsonaro, nós te amamos. Porque você está bem intencionado, bem diferente do gordinho do Rodrigo Maia". O discurso foi aplaudido pelos presentes.

O centrão, que reúne partidos como DEM, PR, PP e PSD, também foi alvo de críticas em carros de som. O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) chegou a ser chamado de "Kim Vai Katarcoquinho" e foi classificado de "traíra" em um carro de som do Movimento Digital.

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Moro e honestidade

Queixas contra a grande mídia também foram abundantes entre os participantes. Muitos se recusavam a dar entrevista ao UOL.

Entre os que aceitavam falar, ouviram-se reclamações de que a imprensa persegue o governo.

"Ninguém que põe Sergio Moro como ministro da Saúde [Moro é ministro da Justiça e Segurança Pública] tem alguma coisa a dever não", disse a advogada Sabrina Dias, 38, que carregava um cartaz dizendo: "Respeitem em quem eu votei".

Perguntada sobre as denúncias de irregularidades envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, ela afirmou que essas notícias são estratégia para "desfocar dos nossos reais problemas".

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