Bolsonaro não é aquilo que queríamos, mas foi o que Deus deu, diz sacerdote
Em um trio elétrico montado em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, região central de São Paulo, apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL), vestidos de verde e amarelo, presenciaram hoje uma cerimônia de agradecimento a Deus pela vida de presidente e que, ao mesmo tempo, apontou que "a esquerda está ao lado do diabo".
À frente da celebração, o advogado e sacerdote Carlos Maria de Aguiar, vestido de batina, da denominação Liga Cristã Mundial, afirmou que Bolsonaro "foi escolhido por Deus", "o que ficou determinado, claramente, após ele conseguir sobreviver ao atentado feito pelos inimigos da esquerda, comunistas, socialistas, o mal, a paralisia, o atraso".
Os manifestantes aplaudiam o discurso quase a cerimônia inteira. Até que o sacerdote falou: "Bolsonaro não é aquilo que muitos de nós queríamos, mas foi o que Deus nos deu". Os apoiadores do presidente reagiram, afirmando que Bolsonaro é um "mito".
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Na sequência, o sacerdote declarou que Bolsonaro não tem "Messias" no nome à toa. Na sequência, foi substituído por uma integrante de um grupo identificado como Fiscais da Nação que continuou entoando discursos característicos desde a campanha eleitoral: contra a esquerda, contra privilégios e de apoio ao presidente. A cada fim de discurso, o hino do Brasil era tocado.
Apoiadores do governo se reúnem ao redor de sete trios elétricos ao longo da avenida Paulista -- a via é aberta para pedestres e fechada para carros aos domingos. A concentração maior acontece perto do Masp.
No trio elétrico do movimento Nas Ruas, manifestantes discursaram pedindo o fim do foro privilegiado e a favor da reforma da Previdência.
Manifestantes também erguem faixas a favor da reforma, da aprovação do pacote anticrime apresentado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e da CPI da Lava Toga, que investigaria o Poder Judiciário.
* Colaborou Mirthyani Bezerra, em São Paulo