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Cinco assuntos quentes para o Brasil hoje

Patricia Lara e Daniela Milanese

24/05/2019 08h34

(Bloomberg) -- May anuncia sua renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido após sua longa batalha para negociar os termos do Brexit. Bolsa de Londres, libra sobem. Outras moedas também se apreciam ante o dólar. Aposta em juros menores nos EUA volta, assim como no Brasil com fluxo de notícias positivas do Congresso. IPCA-15 é destaque na agenda. Guedes pressiona por reforma. E no fim de semana foco fica com os atos previstos para domingo. BC reduz uma modalidade de compulsório. Veja destaques:

Mayexit

Libra esterlina sobe após manhã de oscilação, enquanto bolsa de Londres avança e juro dos gilts dispara com anúncio da renúncia de Theresa May. Ela deixará o posto de líder do Partido Conservador em 7/junho. Agora, a possibilidade de um Brexit sem acordos volta à mesa, enquanto o parlamento vai escolher o sucessor de May. Enquanto a economia do Reino Unido patina, a da ex-colônia britânica da Índia pode ter um boom se as promessas que ajudaram na vitória avassaladora de Narendra Modi forem cumpridas. Manhã é calma para ativos emergentes diante do baixo fluxo de notícias sobre as tensões EUA-China. UBS eleva estimativa de preço do minério de ferro em 8% para US$ 90/ton. Metal voltou a subir e impulsiona mineradoras. Petróleo avança e mitiga queda semanal.

Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista à Veja que vai embora se for único a defender a reforma da Previdência. Guedes pontuou que irá morar no exterior se sentir que o presidente Jair Bolsonaro não quer a reforma, a mídia só quer bagunçar, a oposição quer tumultuar e houver risco de um confronto sério, diz a revista. Caso a PEC não seja aprovada, o ministro disse que poderá avaliar que já terá feito o que era preciso e que não será possível continuar no cargo. Ele ainda reiterou ter total confiança em uma reforma que economize R$ 1 trilhão. Em 27 de março, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Guedes já havia afirmado que não tem apego ao cargo e que, se o presidente Bolsonaro e a Câmara não quisessem aprovar a reforma, ele voltaria para onde sempre esteve.

Juros menores

Apostas em corte de juros voltam a ficar mais fortes nos EUA e germinam na curva do DI no Brasil. Quanto ao Fed, a expectativa de alívio reflete conflito comercial EUA-China e rachaduras na economia global, o que leva investidores às partes mais seguras dos mercados financeiros, empurrando os rendimentos para mínimas em vários anos. E hoje sai dado de encomendas de bens duráveis em abril nos EUA. No Brasil, é a agenda de avanço nas votações do Congresso que dá oxigenação à volta da aposta em corte da Selic. Mesmo antes dessa semana, Bradesco, Itaú, Bank of America, BNP já estavam entre os bancos que encampavam a ideia de que haverá espaço para alívio monetário no segundo semestre do ano.

Inflação alivia?

IPCA-15 deve romper a trajetória de aceleração dos 4 primeiros dados do ano. A previsão é que o índice aponte desaceleração de 0,41% em maio na comparação mensal, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após alcançar 0,72% na medição anterior. IBGE divulga o indicador às 9:00. O dado pode mexer no DI, enquanto a mudança do compulsório não deve ter impacto. BC decidiu excluir da base de cálculo do compulsório sobre depósitos a prazo os depósitos interfinanceiros feitos por Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) em instituições financeiras de um mesmo conglomerado. Medida libera R$ 8,2 bi e vale a partir de 1/julho. Dia reserva ainda números do Caged.

Manifestações no domingo

Os atos a favor do governo de Jair Bolsonaro, além de medirem sua popularidade, devem trazer impactos também para a reforma da Previdência, já que o Congresso virou um dos alvos. Se houver forte adesão, os parlamentares podem querer dar o troco no governo, segundo o Estado, citando fonte de Brasília. Se a adesão for baixa, o Congresso ganharia mais força - após uma semana de forte atividade e aprovação de medidas provisórias e da reforma tributária na CCJ. Esse protagonismo dos parlamentares trouxe alívio aos mercados nos últimos dias, pela percepção de que a reforma da Previdência ganha mais chances de aprovação. Bolsonaro, por sua vez, vem dizendo que os atos não devem ter o Congresso e o STF como alvo. Grupos de empresários bolsonaristas que estavam reticentes mudaram de ideia e decidiram apoiar as manifestações do domingo, segundo a Folha.

--Com a colaboração de Felipe Saturnino.

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