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Alemães saem às ruas em protesto contra o nacionalismo

Em Berlim

19/05/2019 13h02Atualizada em 20/05/2019 14h11

A uma semana das eleições europeias, milhares de pessoas protestaram no domingo (19) em várias cidades da Alemanha em favor da Europa e contra o nacionalismo.

Em Berlim, 20 mil manifestantes, segundo os organizadores, marcharam pelo centro da capital, da praça Alexanderplatz à Coluna da Vitória, no Parque Tiergarten.

Os desfiles também reuniram milhares de pró-europeus em Frankfurt (14 mil de acordo com a polícia), Hamburgo, Colônia e Munique.

As manifestações fizeram parte da jornada de mobilização europeia "contra o nacionalismo", realizada em vários países europeus e convocada por mais de 250 organizações, incluindo Attac, Pro Asyl e Campact.

Em Viena, onde a coalizão governista entre conservadores e a extrema direita viveu uma verdadeira derrota no fim de semana, cerca de 2.500 pessoas manifestaram, segundo a polícia --6.000 de acordo com os organizadores.

Já no sábado, milhares de manifestantes se reuniram em frente à Chancelaria para exigir novas eleições após o escândalo envolvendo o FPÖ, de extrema direita, cujo homem forte, Heinz-Christian Strache, foi forçado a renunciar.

As eleições europeias de 26 de maio, que provavelmente serão marcadas por uma alta abstenção e bons resultados para as formações nacionalistas, decidirão "a futura direção da União Europeia", segundo o slogan dos manifestantes alemães, que chamaram os europeus a "lutar contra o nacionalismo e por uma Europa democrática, pacífica e unida".

"Me manifesto para alertar que o que os governos estão fazendo na Hungria, na Polônia, na República Tcheca, e talvez mais tarde na Alemanha, é muito perigoso", disse Marius Schlageter, de 27 anos. Para ele, "vivemos em um mundo global, com problemas globais, que devem receber respostas globais".

Renate Foigt, 74, faz parte de um coletivo de "Avós contra a Direita": "Estou aqui porque não quero reviver o que um sistema nacional-socialista já causou na minha vida. Isso jamais deve acontecer novamente". "Espero que mais e mais pessoas saiam às ruas para dizer stop!", afirmou.

Em um país onde os Verdes têm avançado, mas onde a extrema direita defende ideias céticas quanto ao clima, os simpatizantes ecologistas se mobilizaram em grande número, exibindo cartazes com inscrições como "O clima não conhece fronteiras" ou "As abelhas não votam, mas você, sim!".

Artistas, incluindo o escritor alemão Ingo Schulze e o diretor polonês Pawel Lysak, devem discursar esta trade no Portão de Brandemburgo.

Os partidos nacionalistas, que organizaram no sábado em Milão um grande evento contra a imigração, o islã e a "oligarquia" de Bruxelas, esperam fazer do grupo ENL (Europa das Nações e Liberdades), a terceira força do Parlamento Europeu.

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