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Crise do governo de direita pode provocar eleições antecipadas na Áustria

18/05/2019 13h20

Viena, 18 mai (EFE).- A crise do governo da Áustria provocará uma antecipação do calendário eleitoral, segundo análises da imprensa local, após a renúncia do vice-chanceler e líder ultradireitista, Heinz-Christian Strache, que aparece em um vídeo no qual se mostra aberto a cometer atos de corrupção.

Strache, de 49 anos, é líder do FPÖ, que governa a Áustria desde dezembro de 2017 como parceiro menor de uma coalizão com o Partido Popular (ÖVP) do chanceler Sebastian Kurz, que já cogita antecipar as eleições, segundo informou a agência de notícias austríaca "APA' e outros meios de comunicação como a "oe24.TV".

Após a renúncia de Strache, Kurz teria exigido também a saída do controverso ministro do Interior, Herbert Kickl, um político da ala dura do FPÖ e considerado por muitos o principal ideólogo da legenda.

O FPÖ não teria aceitado a saída de Kickl do governo e considera suficiente a renúncia de Strache e do porta-voz do grupo parlamentar, Johann Gudenus, que também aparece no vídeo.

Kurz fará uma declaração pública ainda hoje e o presidente, Alexander van der Bellen, deve falar logo depois.

Em caso de antecipação, a emissora "OE24.TV" afirma que as eleições seriam realizadas em meados de setembro.

No vídeo gravado em julho de 2017 e divulgado nesta sexta-feira por dois meios de comunicação alemães, Strache é visto em uma mansão em Ibiza prometendo a uma suposta magnata russa contratos públicos e ajuda para comprar o "Kronenzeitung", o jornal mais influente da Áustria, em troca de doações milionárias para seu partido.

Poucos meses depois, em outubro do mesmo ano, o FPÖ obteve 26% dos votos nas eleições legislativas e em dezembro chegou ao poder em aliança com a legenda de Kurz.

Strache atribuiu a filmagem e a divulgação das imagens a "uma campanha de desinformação suja", e disse que caiu em uma armadilha quando foi convidado a um jantar em um local que tinha sido previamente preparado com escutas e câmeras escondidas. EFE

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