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Transferência de premiação de Bolsonaro seria 'desprestígio', avalia professor

6.mai.2019 - Presidente Jair Bolsonaro participa das comemorações pelos 130 anos do Colégio Militar, na zona norte do Rio - Magalhães Jr/Photopress/estadão Conteúdo
6.mai.2019 - Presidente Jair Bolsonaro participa das comemorações pelos 130 anos do Colégio Militar, na zona norte do Rio Imagem: Magalhães Jr/Photopress/estadão Conteúdo

Tomas Conte, especial para AE

São Paulo

06/05/2019 20h00

A negociação conduzida por aliados do presidente Jair Bolsonaro para transferir a entrega do prêmio 'Person of the Year' de Nova York para Dallas, no Estado norte-americano do Texas, corresponde a "um rebaixamento, um desprestígio", na avaliação de Maurício Santoro, professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A possibilidade de mudança da localidade da premiação, cuja entrega pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos estava prevista para acontecer em 14 de maio, ocorre depois do anúncio do governo brasileiro na última sexta-feira (3) de que sua viagem aos Estados Unidos seria cancelada. A decisão ocorreu na esteira das críticas feitas a Bolsonaro pelo prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio.

"O cancelamento da viagem já vem tendo um pacto negativo, com investidores estrangeiros estando mais cautelosos neste período; mesmo aquele boom das primeiras semanas do ano foi muito mais causado pelos investidores brasileiros, internamente", declara o professor.

Desta forma, o acontecimento impressiona o professor pela "raridade" de um cancelamento nesses termos no histórico da política externa brasileira com os Estados Unidos e pela "força da reação do mundo corporativo", como a decisão da companhia aérea Delta e da consultoria Brain & Company de deixar de patrocinar o evento.

O professor avalia que o Brasil poderia se beneficiar do atual momento global, mas considera que as rusgas entre o presidente e o prefeito de Nova York criam um impacto negativo sobre investidores que olham com cautela para o Brasil. "O governo brasileiro deveria ter uma visão com mais nuances sobre os Estados Unidos", afirmou.

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