Topo
Notícias

Por que os japoneses fizeram a primeira cratera artificial em um asteroide?

Asteroide Ryugu  - JAXA
Asteroide Ryugu Imagem: JAXA

Em Tóquio

25/04/2019 10h39

Os cientistas japoneses conseguiram criar o que chamam de primeira cratera artificial em um asteroide, informou a agência espacial do país asiático nesta quinta-feira (24). O anúncio veio depois que a sonda Hayabusa2 lançou um dispositivo explosivo no asteroide Ryugu no início deste mês para criar uma cratera na superfície.

A cratera é um passo importante para esclarecer como o sistema solar evoluiu e levantar material que possa revelar mais sobre as origens da vida na Terra.

Acredita-se que o Ryugu tenha grandes quantidades de matéria orgânica e água há cerca de 4.600 milhões de anos, quando o Sistema Solar foi formado.

Yuichi Tsuda, chefe do projeto Hayabusa2 na Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa), disse a repórteres que a criação da cratera foi confirmada a partir de imagens capturadas pela sonda localizada a 1.700 metros da superfície do asteroide.

"Criar uma cratera artificial com um impactador e observá-la em detalhes é uma novidade mundial", disse Tsuda. "É um grande sucesso", acrescentou.

A sonda da NASA Deep Impact conseguiu criar uma cratera artificial em um cometa em 2005, mas apenas para fins de observação.

Masahiko Arakawa, professor da Universidade de Kobe que participa do projeto, disse que foi "o melhor dia de sua vida". "Podemos ver um grande buraco muito mais claramente do que o esperado", disse ele, acrescentando que as imagens mostram uma cratera de 10 metros de diâmetro.

Em fevereiro, a Hayabusa2 pousou brevemente no asteroide Ryugu e fez um disparo, o que lhe permitiu coletar amostras de poeira, antes de retornar à sua posição inicial.

A aventura da Hayabusa2, a um custo de cerca de 30 bilhões de ienes (270 milhões de dólares), começou em 3 de dezembro de 2014, quando a sonda começou uma longa jornada de 3,2 bilhões de quilômetros para chegar a Ryugu, que está localizada a uma distância média de 340 milhões de quilômetros da Terra, já que é impossível viajar em linha reta.

A sonda deve retornar à Terra em 2020.

Notícias