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Grupo islamita acusado de atentados no Sri Lanka vandalizava estátuas budistas

Em Colombo

22/04/2019 14h19

Antes de as autoridades do Sri Lanka o acusa dos atentados do Domingo de Páscoa que deixaram quase 300 mortos, a principal 'façanha' cometida pelo grupo islamita local Nacional Thowheeth Jama'ath (NTJ) foi atacar estátuas budistas.

Passar da luta contra os monges radicais budistas aos ataques suicidas contra hotéis de luxo e igrejas da minoria cristã no momento da celebração da missa de Páscoa constitui um aumento repentino e surpreendente do poder deste pequeno grupo extremista pouco conhecido.

Na primeira fase da investigação, as autoridades do Sri Lanka prenderam 24 pessoas por esses atentados, que ainda não foram reivindicados.

Colombo atribuiu ao NTJ os violentos ataques que assolaram esta ilha do Sudeste Asiático e tenta determinar se os seus membros receberam algum tipo de apoio do exterior.

"Temos dificuldade em entender como uma pequena organização neste país foi capaz de fazer tudo isso", disse o porta-voz do governo.

O Soufan Center, um centro de estudo de ameaças à segurança global com sede em Nova York, acredita que o planejamento e coordenação meticulosa dos ataques no Sri Lanka tem semelhanças com "ataques de grupos salafistas-jihadistas, particularmente aqueles onde os grupos locais receberam ajuda externa".

O centro estabelece um paralelo com os ataques na véspera de Natal do ano 2000 na Indonésia, perpetrados por um movimento extremista local em coordenação com a rede Al-Qaeda, bem como com os atentados suicidas de 2005 contra hotéis da capital da Jordânia, Amã.

"Esses ataques são concebidos para aumentar as tensões na comunidade e desestabilizar os governos dos países onde eles ocorrem", disse o Soufan Center.

As duas principais organizações jihadistas internacionais, Al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico, tentam há vários anos recrutar comunidades muçulmanas do subcontinente indiano. Sua propaganda insiste nas perseguições às quais os muçulmanos da região são vítimas, segundo afirmam.

O NTJ se tornou conhecido no Sri Lanka quando seus membros atacaram estátuas budistas em dezembro, uma ação que chocou a maioria budista deste país.

Abdul Razik, um dos responsáveis pelo NTJ, foi preso várias vezes por incitamento ao ódio religioso.

Em janeiro, a polícia do Sri Lanka apreendeu 100 quilos de explosivos em um esconderijo e prendeu quatro extremistas islâmicos, mas nenhum grupo foi acusado.

Agora, no Sri Lanka, cresce a polêmica sobre se as autoridades adotaram medidas de segurança adequadas antes dos ataques de domingo.

Dez dias atrás, a polícia do Sri Lanka emitiu uma advertência dizendo que o grupo estava preparando ataques contra igrejas da minoria cristã e contra a embaixada da Índia em Colombo.

Este alerta foi baseado em informações de "uma agência de inteligência estrangeira", segundo o documento consultado pela AFP.

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