Premiê da Itália é investigado por sequestro de migrantes
O Ministério Público de Catânia abriu um inquérito contra os principais expoentes do governo da Itália por sequestro de pessoa, devido ao bloqueio de 47 migrantes em um navio na costa da Sicília durante seis dias.
Inicialmente, a notícia era de que a investigação atingia apenas o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, porém mais tarde descobriu-se que o caso também envolve o primeiro-ministro Giuseppe Conte, o ministro do Desenvolvimento Econômico e Trabalho e vice-premier Luigi Di Maio e o ministro dos Transportes Danilo Toninelli.
Di Maio, do Movimento 5 Estrelas (M5S), e Salvini, da Liga, são os líderes "de facto" do governo, enquanto Toninelli (M5S) é responsável pela gestão portuária no país.
O grupo de migrantes havia sido resgatado pela embarcação da ONG alemã Sea Watch em 19 de janeiro, no Mediterrâneo Central. O navio entrou em águas territoriais italianas em 25 do mesmo mês, mas o desembarque só foi efetuado no dia 31, após seis países da União Europeia terem aceitado receber os deslocados internacionais.
O inquérito foi encaminhado ao Tribunal dos Ministros de Catânia, já que membros do primeiro escalão do governo têm foro privilegiado. A corte terá 90 dias para pedir autorização do Parlamento para dar sequência ao processo ou arquivar a investigação.
O procurador da República em Catânia, Carmelo Zuccaro, crítico da atuação de ONGs no Mediterrâneo, recomendou o arquivamento.
"Estou novamente sob investigação, mas reitero que, enquanto for ministro do Interior, os portos italianos ficarão fechados", disse Salvini.
O vice-premier já se livrou recentemente de um processo por sequestro, abuso de poder e prisão ilegal no caso do navio Diciotti, da própria Guarda Costeira italiana e que havia sido bloqueado no litoral da Sicília com mais de 150 migrantes a bordo.
Na ocasião, o Senado acabou rejeitando a abertura de processo contra o ministro do Interior, que também ocupa um assento na Câmara Alta.
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