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Tem ações e não quer vendê-las? Veja como alugar e ganhar uma renda extra

Getty Images/GelatoPlus
Imagem: Getty Images/GelatoPlus
do UOL

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

18/03/2019 04h00

Você investe em ações e não pretende vendê-las no curto prazo? Que tal obter uma renda extra, além dos dividendos e da valorização dos papéis? Conheça o aluguel de ações.

Como funciona?

Da mesma forma que ocorre com um imóvel, você pode emprestar suas ações para outro investidor durante um período determinado e receber um pagamento em troca. Basta procurar o atendimento da sua corretora, que fará a mediação entre quem tem as ações e quem quer alugá-las. Os contratos são registrados na Bolsa de Valores.

Doador e tomador

No mercado financeiro, o dono das ações é chamado de "doador", e quem pega as ações emprestado é o "tomador".

Taxa varia de uma ação para outra

A remuneração, ou taxa de aluguel, é definida para cada ação, em função da sua liquidez e das condições do mercado. Se há pouca oferta de aluguel para um papel e a procura está grande, a taxa sobe. Se há muita oferta e pouca procura, a taxa cai.

O aluguel de Petrobras PN, por exemplo, rende hoje apenas 0,1% ao ano para o doador. Já o aluguel de Porto Seguro ON paga cerca de 21,5% ao ano. As taxas praticadas no mercado mudam diariamente. É possível consultar as taxas médias no site da B3.

O valor do aluguel é calculado sobre o preço da ação no dia da sua contratação, com base na taxa combinada entre doador e tomador. O pagamento é feito no momento da devolução da ação, sujeito a multa em caso de atraso.

Condições são definidas em contrato

O aluguel pode durar de alguns dias até meses. Prazo e valores são definidos em contrato entre as partes. A Bolsa exige que o tomador deposite garantias para autorizar o aluguel. Podem ser usados como garantia outras ações, títulos públicos, CDBs, LCIs e LCAs.

Para que serve o aluguel?

"Para o doador, o aluguel é uma forma de gerar um ganho extra. Os dividendos distribuídos pela empresa que emitiu a ação continuam sendo pagos para o doador durante o período do aluguel", afirmou Conrado Navarro, especialista em finanças pessoais da Modalmais.

O tomador pode usar as ações alugadas para diversas estratégias de investimento. A mais comum é "operar vendido", ou seja, apostar na queda das ações. Para isso, aluga as ações e, em seguida, vende na Bolsa. O objetivo é recomprar os papéis algum tempo depois por um preço menor. O ganho da operação é a diferença entre o preço de venda e o preço de recompra, descontada a despesa com o aluguel.

"Quando o mercado está em tendência de baixa, há um aumento da demanda por aluguel, o que faz as taxas ficarem mais atraentes para o doador", disse Navarro.

Quais são os riscos?

Para o doador, o risco do aluguel é muito baixo. Se o tomador não pagar ou não devolver as ações no prazo estipulado, a Bolsa executa as garantias e fica responsável pelo ressarcimento ao doador.

O tomador pode ter grande prejuízo com a operação em que as ações alugadas foram usadas e ainda corre o risco de perder as garantias caso não devolva as ações e pague o aluguel. "O aluguel de ações possui um alto risco para o tomador. Não é uma operação para aventureiros. Apenas investidores experientes devem tomar ações em aluguel", disse Navarro.

E os impostos?

O doador paga Imposto de Renda sobre o ganho obtido com o aluguel, como em uma aplicação de renda fixa. A tributação segue a tabela regressiva, começando em 22,5%, para alugueis de até seis meses, e caindo para 15%, se a operação durar mais de dois anos. Para o tomador, há cobrança de IR sobre a operação de renda variável em que as ações alugadas foram usadas.

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